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Descrevendo as relações funcionais do comportamento amoroso na adolescência – Thiago de Almeida; Fátima Elisabeth Denari; Maria Luiza Lourenço

O presente trabalho apresenta um recorte da monografia de conclusão de curso de Psicologia de um dos autores, intitulada “O perfil da escolha de objeto amoroso para o adolescente: possíveis razões”. Um dos objetivos desta pesquisa foi arguir como os adolescentes ocidentais do século XXI, apesar das muitas mudanças ocorridas em nossa sociedade, fazem para eleger seus parceiros afetivos. Os 52 participantes do segundo grau de uma escola pública de um município do interior do estado de São Paulo, Brasil, responderam a um instrumento denominado “Inventário de seleção para parceiros amorosos”, contendo questões abertas e fechadas, versando sobre a temática a ser investigada. Os resultados foram discutidos sob a perspectiva da análise de conteúdo de Bardin (1977) e apontam que os relacionamentos amorosos para o adolescente tanto podem representar uma fonte de reforçadores primários (e.g. beijo) e condicionados (e.g. elogio) quanto de contingências aversivas (e.g. gerando ansiedade, conflitos). Geralmente, a falta de história de reforço em relacionamentos românticos está relacionada ao aspecto aversivo das contingências em funcionamento e à existência de comportamentos encobertos de "fantasia", inadequados (não condizentes com contingências comportamentais reais e, portanto, pouco adaptados a médio e longo prazo). Sem dúvida, os adolescentes existiram em todas as épocas e culturas. E concomitantemente as preocupações no tocante a essa etapa da vida também sempre estiveram presentes. Logo, a preocupação com os jovens não é recente. Uma das primeiras preocupações com tal tema foi retratada na Comédia teatral “As nuvens”, de Aristófanes, que data de 423 a.C. Assim que o texto se inicia temos contato com a queixa de Strepsíades a respeito de seu filho Fidípides, quando este passa a contrair dívidas em que seu pai, deveras preocupado, terá de pagar para sustentar os caprichos do filho. Fidípides gasta os recursos paternos com cavalos, cocheiras, dentre outros interesses.  A adolescência, durante algum tempo, foi considerada apenas uma etapa de transição entre a infância e a vida adulta e sua caracterização era evidenciada por marcos biológicos que registravam esse momento evolutivo do ser humano. No entanto, buscar um conceito exato para a adolescência não tem sido fácil, como demonstra a escassez de produções científicas do tema. A partir disso estudo resultou em uma descrição preliminar das relações funcionais do comportamento de adolescentes no tocante às contingências reforçadoras oferecidas pelo contexto familiar e social.

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