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Estudo realiza adaptação transcultural do Internet Addiction Teste (IAT) para o idioma português

Em artigo desenvolvido pelos profissionais Maria Aparecida Conti, Adan Pelegrino Jardim, Norman Hearst, Táki Athanássios Cordás, Hermano Tavares e Cristiano Nabuco de Abreu objetivou adaptar o teste Internet Addiction Test (IAT) para o idioma português através de cinco etapas (tradução, retradução, revisão técnica e avaliação da equivalência semântica, avaliação do instrumento e do grau de compreensão e análise da consistência interna).
Os autores apresentam de inicio aspectos históricos acerca da internet e dos estudos acerca do abuso da mesma, apresentando sua evolução até a criação e atual utilização do Internet Addiction Test (IAT); O estudo aponta também que desde 2010 o Brasil é líder mundial no que tange ao tempo gasto em conexão doméstica – e somado ao acesso cada vez mais facilitado à internet – representando portanto um potencial risco para o desenvolvimento de problemas de dependência. Porém não há instrumento disponível adaptado para avaliação da dependência da internet no país, validando portanto o objetivo do estudo.

Os métodos utilizados pelos autores para realizar a adaptação transcultural fora baseado nos procedimentos sugeridos por Reichenheim e Moraes, utilizando a avaliação de seis tipos de equivalência: semântica, conceitual, de itens, de medição, operacional e funcional; A partir disso, desenvolveu-se um processo de cinco etapas, onde realizou-se a tradução do instrumento original do inglês para o português, a retradução das versões em português para o inglês por um falante nativo do idioma, a revisão técnica e avaliação da equivalência semântica dessas versões, avaliação da integibilidade e do grau de compreensão de cada pergunta e do instrumento como um todo, e por fim a testagem com 115 estudantes universitários (sendo que todas as etapas foram desenvolvidas e suas versões testadas por e em conjunto com profissionais especializados). Ao final das etapas, as análises estatísticas foram realizadas, calculando-se médias e desvio-padrão para os escores de compreensão verbal, além da permissão e autorização concedidas pela autora para realização da pesquisa.

Os autores apresentam os resultados do estudo de adaptação, apontando que algumas expressões – como “online” e “off-line” foram adaptados em todas as perguntas, aplicando-se também modificações de estilo como a omissão do pronome você; Fora destacado no estudo que se escolheu palavras em português que não eram uma tradução direta das palavras originais em inglês, mas que detinham o conteúdo semântico e eram menos coloquiais, mantendo o texto acessível.

Em relação a compreensão verbal, notou-se (segundo o parecer dos especialistas) que as perguntas eram fáceis de entender, tanto na amostra de testagem de especialistas e de estudantes, o que indica fácil entendimento semântico das perguntes componentes do instrumento, sendo que o mesmos demonstrou também consistência interna satisfatória para todos os itens.

O estudo conclui que, em relação a tradução, todas as situações gramaticais foram ajustadas, assegurando assim o significado conotativo e denotativo e a compreensão maximizada do instrumento; Em relação a análise da consistência interna, o instrumento mostrou bons resultados e bastante próximos dos valores do estudo original.

A partir das situações acima descritas os autores concluem que o Teste de Dependência de Internet fora traduzido e adaptado para o idioma português, sendo tal versão disponibilizada desde então; A análise de consistência interna obteve resultados satisfatórios e muito próximos do estudo original, e estudos futuros devem concluir a adaptação transcultural – em relação à analise fatorial – sendo que estudos de validade dos construtos devem ser desenvolvidos para a análise confirmatória e exploratória dos itens.

CONTI, Maria Aparecida et al . Avaliação da equivalência semântica e consistência interna de uma versão em português do Internet Addiction Test (IAT). Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo,  v. 39,  n. 3,   2012 .   Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832012000300007&lng=pt&nrm=iso. acessos em  01  ago.  2012.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832012000300007.

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