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Pesquisadores brasileiros desenvolvem livro a respeito da relação entre o docente e os meios de comunicação e apontam que a visão da mídia é “extremamente problemática”

Estudo realizado por oito pesquisadores brasileiros e sob a orientação do Prof. Adilson Citelli coletou e analisou, por mais de um ano, as mensagens emitidas por diferentes meios de comunicação acerca dos professores; O resultado de tal pesquisa resultou em um livro denominado “Educomunicação: a imagem do professor na mídia”, que aborda a visão com que a imprensa observa os docentes.
A partir da observação de mais um ano acerca das mensagens que circularam em várias mídias – jornal, televisão, rádio, internet, publicidade e cinema – os realizadores da obra, todos mestrandos e doutorandos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e sob orientação do livre docente Adilson Citelli, objetivaram apreender como se dá o processo de representação dos docentes em tais meios.

Com a análise crítica do material os autores desenvolveram uma reflexão acerca dos aspectos relacionados à imagem que a mídia tem do professor, na maioria das vezes vitimizado e estereotipado.
 
Segundo Citelli a composição de imagens que os meios de comunicação realizam dos docentes é extremamente problemática, sendo que é raro encontrar a voz do próprio professor em matérias de jornais, na televisão e no rádio; Se a matéria envolve a educação, espera-se que o jornalista ouça o professor, fato este que acontece muito raramente.

De acordo com Citelli, o estudo identificou quatro modelos de apresentação da imagem do professo nos grandes meios de comunicação: Um modelo que aborda uma visão extremamente negativa, onde se destaca um sujeito desinteressado e com pouca vontade de realizar mudanças no âmbito educacional; Uma visão de professor malformado, pouco capaz de interferir no trabalho cotidiano da escola e inapto para enfrentar desafios postos pelas tecnologias e pelas demandas dos jovens; Uma ideia estereotipada e que aparece com frequência em campanhas de publicidade, que apresenta o docente como uma figura de meia idade com avental branco e óculos, formando um compósito cenográfico reduplicado no imaginário popular; O quarto e último modelo apresenta uma projeção vitimizada do professor, um sujeito que ganha baixos salários e que viaja grandes distancias para, sendo objeto de violência social, simbólica e física.

O pesquisador aponta que em geral o nível de cobertura jornalística a respeito da educação formal é muito ruim, e que houve uma regressão em relação ao que já existiu em parte da imprensa, que mantinha profissionais e editoriais dedicados ao assunto.

Fonte: Revista GIZ

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