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Estudo americano aponta aumento exacerbado no uso de remédios antipsicóticos em crianças

Estudo desenvolvido por pesquisadores do The Children's Hospital of Philadelphia aponta para um aumento no uso de fortes remédios antipsicóticos em crianças atendidas na rede pública americana de saúde na última década; O estudo demonstrou um aumento de 62% nos números de crianças entre 3 a 18 anos medicadas com antipsicóticos, atingindo o número de 354 mil crianças em 2007.
O aumento no uso de antipsicóticos foi observado em uma grande gama de diagnósticos de saúde mental, sendo especialmente maior em crianças com TDHA ou erros de conduta; No total, 65% das crianças a que foram prescritas as drogas antipsicóticas estavam usando remédios sem receita médica ou sem dados e informações que embasassem o uso para tratamento nas crianças.

De acordo com os pesquisadores, a significante proporção do uso de antipsicóticos sem receita médica reafirma o uso prioritário de tais drogas por pediatras; “Se é prescrito um tipo de medicamento como esse para uma criança, é importante que os médicos informem os pais e cuidadores que o remédio está sendo prescrito sem receita, seus efeitos e as terapias que poderiam ser oferecidas como alternativas a medicação”, aponta os pesquisadores.

O uso frequente de antipsicóticos sem receita tem sido assunto de debate entre muitos profissionais de saúde, especialmente na evidência de associação entre o uso de tais drogas e o aumento no risco de desenvolvimento de efeitos metabólicos paralelos nas crianças, como a diabetes e o ganho de peso.

Os pesquisadores notaram que o aumento no uso desse tipo de droga deve-se em grande parte ao aumento no número de diagnósticos de saúde mental associados as crianças; Os pesquisadores apontam para um aumento de 28% no número de crianças com diagnósticos de saúde mental.

De acordo com a autora do estudo, Meredith Matone, o mesmo objetivou investigar também porque esse tipo de medicamento tem sido usado tão frequentemente, em quais diagnósticos esses usos tem se embasado e como os padrões de prescrição se modificaram nos últimos dez anos.

Enquanto a esquizofrenia, distúrbio de bipolaridade e o autismo foram os diagnósticos que mais resultaram na prescrição de antipsicóticos, as crianças com tais transtornos não correspondem a maioria dos usuários de antipsicóticos, sendo as crianças diagnosticadas com TDHA e com três ou mais transtornos concorrentes  o maior grupo de usuários; Em 2007, 50% das crianças que se utilizam de antipsicóticos tinham diagnóstico de TDHA e 14% diagnosticadas somente com TDHA.

O fato do aumento das prescrições para antipsicóticos para muitos diagnósticos aponta que tais medicamento tem sido usados para tratar comportamentos específicos, como a agressão, que são compartilhados em diversos outros diagnósticos de saúde mental.

De acordo com os autores, as políticas públicas de saúde devem informar a população e guiar a mesma acerca do uso de antipsicóticos para crianças.

Fonte: The Children's Hospital of Philadelphia

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