Avaliação das Condições de Oferta dos cursos de Psicologia revela que apenas 20% dos professores têm uma qualificação considerada, no mínimo, boa para lecionar, e 90% dos cursos não possuem uma boa organização didático-pedagógica. MEC também divulgou resultados de Agronomia, Letras, Física, Biologia e Química.
Avaliação das Condições de Oferta dos cursos de Psicologia revela que apenas 20% dos professores têm uma qualificação considerada, no mínimo, boa para lecionar, e 90% dos cursos não possuem uma boa organização didático-pedagógica. MEC também divulgou resultados de Agronomia, Letras, Física, Biologia e Química.
SÃO PAULO – Avaliação do Ministério da Educação revela que 80% dos professores dos cursos de Psicologia do País não têm boa qualificação para lecionar.
O resultado faz parte da Avaliação das Condições de Oferta dos cursos de Psicologia. Os números foram divulgados nesta segunda-feira.
A avaliação foi feita no ano passado e distribui conceitos às categorias Corpo Docente, Organização Didático-Pedagógica e Instalações.
Os conceitos são: CMB (Condições Muito Boas), CB (Condições Boas), CR (Condições Regulares) e CI (Condições Insuficientes).
O MEC também divulgou nesta segunda-feira os resultados das avaliações dos cursos de Agronomia, Letras, Física, Química e Biologia.
Psicologia
De 106 cursos de Psicologia avaliados, sendo 76 privados e 30 públicos, apenas cinco receberam CMB em “Corpo Docente”. São eles:
Universidade Federal Fluminense (UFF),
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),
Universidade Estadual de Londrina (UEL),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e
Universidade de Brasília (UnB).
Dezessete cursos obtiveram CB, 39 conseguiram CR, e o mais preocupante: 45 instituições de ensino tiveram a qualificação de seu corpo docente considerada em “Condições Insuficientes”, entre elas, algumas tradicionais, como o Mackenzie, em São Paulo, e as PUCs do Paraná e Minas Gerais.
Ao analisar a categoria “Organização Didático-Pedagógica”, o quadro piora ainda mais para os futuros psicólogos: nenhum curso atingiu CMB e apenas 12 instituições conseguiram CB. Ou seja, quase 90% dos cursos não têm uma organização didático-pedagógica considerada, no mínimo, boa.
Do restante, 45 obtiveram CR e 49 cursos tiraram CI nesta categoria. Entre os 49 com CI, estão os da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a PUC de Campinas.
Na categoria “Instalações”, observa-se um maior investimento por parte das instituições privadas. Onze cursos tiraram CMB, sendo todos particulares, e 38 CB, sendo 29 particulares e nove públicos.
No entanto, esta categoria demonstra que muitas universidades particulares investem maciçamente em instalações, mas se esquecem um pouco da qualificação dos professores.
A Universidade de Guarulhos (UnG) e a Universidade Ibirapuera (Unib), por exemplo, ambas em São Paulo, tiraram, respectivamente, CMB e CB em instalações.
Mas as duas universidades tiveram a qualificação do corpo docente considerada “insuficiente”. O mesmo caso se aplica à PUC de Minas Gerais, que também tirou CMB em instalações e CI em corpo docente.
Das 106 instituições avaliadas, 34 cursos receberam um CI, 27 instituições tiraram dois CI, e sete cursos ficaram com “Condições Insuficientes” nas três categorias.
Entre esses cursos com três CI, estão a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no Rio Grande do Sul, e a Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas Fluminense, no Rio de Janeiro.
Apenas 35% dos cursos não receberam nenhum CI, como, por exemplo, a PUC-SP, UFMG e UFSCar. Os dois melhores cursos de Psicologia, segundo a avaliação do MEC, são da UFSCar e da UnB, que obtiveram CMB em “Corpo Docente” e CB nas outras duas categorias.
Provão
Ao comparar os resultados da Avaliação das Condições de Oferta com o Exame Nacional de Cursos, o Provão, encontra-se uma certa coerência. Instituições como a UFSCar, PUC-SP, UEL e UnB, que tiveram uma boa avaliação das condições de oferta, tiraram A no Provão do ano passado.
O Provão é um exame realizado uma vez por ano pelos formandos dos cursos. O MEC utiliza os dados do Provão e da Avaliação das Condições de Oferta para determinar o fechamento, ou não, de um determinado curso.
A situação mais complicada, após a divulgação dos resultados desta segunda-feira, é o da Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas Fluminense, no Rio de Janeiro, que tirou E no Provão em 2000 e três CI na Avaliação das Condições de Oferta.