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A solidariedade no divã

Psicoterapeutas oferecem horários gratuitos em seus consultórios para pessoas com Aids, seus familiares e companheiros.

Por Cláudia Oliveira
Fonte: Salutia.com

Psicoterapeutas oferecem horários gratuitos em seus consultórios para pessoas com Aids, seus familiares e companheiros.

Por Cláudia Oliveira
Fonte: Salutia.com

Um banco onde dinheiro não tem valor. A moeda usada é a solidariedade. É o Banco de Horas, onde psicoterapeutas oferecem horários gratuitos em seus consultórios para pessoas com Aids, seus familiares e companheiros. Criado há seis anos pelo IDAC (Instituto de Ação Cultural) e pela psicanalista Carmen F. Lent, o projeto conta hoje com a participação de cerca de 200 profissionais, de diversas linhas teóricas, espalhados por toda a cidade do Rio de Janeiro e em Petrópolis, Magé e Miguel Pereira.

“O funcionamento do Banco de Horas é bastante simples. Nós publicamos periodicamente um boletim com a lista dos profissionais, com endereço e telefone, e as instruções para o uso do serviço. O boletim tem uma distribuição direcionada para instituições e pessoas que trabalham na assistência ao público-alvo (médicos, responsáveis por grupos de apoio, psicólogos). Com o boletim na mão, é só o paciente procurar diretamente o psicoterapeuta”, diz Carmen F. Lent, coordenadora executiva do projeto.

Os profissionais que trabalham para o Banco de Horas têm o compromisso de atender apenas um paciente, quantas vezes por semana e durante o tempo que julgarem necessário. Para se candidatar a participar do Banco de Horas o terapeuta precisa ter experiência profissinal, consultório próprio e ser entrevistado pela coordenação do projeto. “Nós avaliamos a idoneidade e o interesse por esse tipo de trabalho”, explica Carmen. Ela acompanhou o crescimento do número de terapeutas e constata que raramente alguém sai do projeto.

Palestras e seminários anuais atualizam os voluntários sobre a doença e estimulam a troca de informações

“Os profissionais nos procuram por várias razões. Fizemos uma pesquisa e econtramos respostas surpreendentes. O principal motivo é a vontade de ser cidadão, de desenvolver um trabalho social. O segundo é o desejo de romper com a solidão do consultório”, completa Alexandre do Valle, coordenador adjunto do Banco de Horas.

Juntamente como Carmen, ele organiza pesquisas, grupos de estudos, palestras e seminários anuais que atualizam os voluntários sobre a epidemia da Aids e estimulam a troca de informações. Os quatro seminários já realizados foram publicados nos livros Enfrentando o Aparth/AIDS (1998), Desafios da Prevenção (1999) e Transformações da Epidemia – o impacto na subjetividade (2000), que têm distribuição gratuita.

Atualmente, o Banco de Horas recebe financiamento do Ministério da Saúde e da Elton John Foundation. Os interessandos em trabalhar no projeto ou receber atendimento podem entrar em contato pelo e-mail:
[email protected] ou pelo telefone (21)512-8855. Quem quiser visitar o site, o endereço é: www.bancodehoras.org.br.

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