Jorge Forbes
A psicanálise está em todo lugar: o aluno vai mal no colégio, mande ao analista; um edifício é bombardeado, procure o analista; uma pessoa é seqüestrada, convoque o analista; um estupro, uma falência, um casamento, um divórcio, um choro, uma depressão, uma ousadia, um desencanto, chamem o analista. O imenso sucesso da psicanálise, sua presença em todos os níveis da sociedade é o que hoje, paradoxalmente, a coloca em risco. É chegada a hora de dizer: “Basta ! Freud não explica”.
Jorge Forbes
A psicanálise está em todo lugar: o aluno vai mal no colégio, mande ao analista; um edifício é bombardeado, procure o analista; uma pessoa é seqüestrada, convoque o analista; um estupro, uma falência, um casamento, um divórcio, um choro, uma depressão, uma ousadia, um desencanto, chamem o analista. O imenso sucesso da psicanálise, sua presença em todos os níveis da sociedade é o que hoje, paradoxalmente, a coloca em risco. É chegada a hora de dizer: “Basta ! Freud não explica”.
Sim, a clínica da palavra mostra que o mais importante em um tratamento não é o explicar tudo, a ponto da vida não ter mais segredos ou surpresas. O essencial da psicanálise do século XXI, é oferecer-se como uma prática do “Real sem sentido”, neste supermercado simbólico de infinitas explicações. O ponto duro, sem sentido, em cada um, é que deve ser tratado: na pessoa e na sociedade, sem maniqueísmos, tais como ” eu sou o bem, você é o mal ” (G. W. Bush).
Este Seminário se propõe a esmiuçar a Segunda Clínica de Lacan, a clínica do “Real sem sentido”, do limite da interpretação, a “clínica do gozo”, abordando os seguintes aspectos:
A atual proliferação da psicanálise pode levar a seu desconhecimento
O diagnóstico estrutural – neurose, psicose, perversão – não é suficiente nos tempos atuais
A incidência da psicanálise na saúde é muito distinta das psicoterapias; é outra ética, outro resultado
O analista não busca o escondido além da palavra, mas o osso da própria palavra, como o poeta
O tempo em análise faz parte do tratamento, uma vez que toda conclusão é, necessariamente, precipitada
Há mais de um tipo de final de análise e não é impossível que uma mesma pessoa os experimente
O Um da psicanálise não é o Um do padrão, do comum a todos, do congraçamento; o Um da psicanálise é o que sempre escapa à apreensão. É o Um da singularidade forçando a invenção e a criatividade. Não há confronto quando não há o Um consolidado, pois aí uma razão não é maior ou menor que a outra. Isso tanto pode levar a psicanálise a repensar a sociedade, quanto a refazer a sociedade da psicanálise
Caberá pôr à prova esses sete pontos, esclarecer suas conexões e sua lógica, a partir do título: Inconsciente e responsabilidade – não é óbvio juntar esses dois termos – propondo um “novo amor” para além do pacto em nome do pai, matriz do sentido, em direção ao que o ultrapassa: o gozo da mulher.
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Período: de 3 de abril a 26 de junho de 2002
Horário: às Quartas-Feiras, semanalmente das 13:30 às 15:30 hs
Local: Centro de Convenções Rebouças e Hospital das Clínicas
Apoio: Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da USP e
Escola Brasileira de Psicanálise – SP
Taxa: R$ 280,00, em uma só vez, ou R$ 300,00, em três parcelas
Informações: Tel. (11) 3063 4094 – com Mônica
Inscrições: EBP-SP – R. Cardoso de Almeida, 60 – cj. 111
Vagas limitadas – a serem preenchidas na ordem das inscrições