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PSYU Nº3 -Coluna POLÊMICA – Junho/2000

Pode o Psicólogo se utilizar da sugestão e imitação no processo terapêutico?
Mande seus comentários e sugestões de perguntas.
Pode o Psicólogo se utilizar da sugestão e imitação no processo terapêutico?
Mande seus comentários e sugestões de perguntas.
Caro amigo, a imitação é o primeiro passo para o processo que Deleuze e Guattari chamam de Devenir, é um instrumento fundamental no Esquizodrama.
Cordialmente,
GREGÓRIO F. BAREMBLITT
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Sou psiquiatra italiano e creio que na prática psicanalítica não há que se utilizar sugestão e/ou subordinação do momento (imitação), que podem dar algum fruto mais ou menos interessantes, porém depois tudo se volta contra o vínculo e já não se pode mais reatá-lo. Ainda quando não se utilizem técnicas totalmente rígidas, se mostra conveniente respeitar as regras e utilizar sempre o método da leitura da transferência e contra-transferência. É necessário ser cuidadoso também quando se utiliza técnicas corporais.
ROMEO LUCIONI
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No que diz respeito ao primeiro aspecto: não pode e não deve. Cada sujeito tem uma estrutura psíquica únicae lida de diferentes formas com seus problemas. Alguns simplesmente não lidam. Forçá-los a assumir determinadas posições ou aconselhá-los a agir de determinada maneira, pode apenas agravar os problemas e até mesmo criar novos. A forma individual de perceber e lidar com problemas deve ser respeitada, uma vez que estes (os problemas) são subjetivos. O psicoterapeuta deve fazer todo um trabalho para que o próprio paciente se escute e perceba suas atitudes e seus problemas, pois este e somente este (o paciente) sabe do que se trata a sua fala e novamente, apenas este sabe as possíveis atitudes a serem tomadas para a solução de seus problemas. O objetivo da psicoterapia é conduzir a uma vida menos sofrida e angustiante e não a uma padronizada de acordo com uma abstrata normalidade.

No que diz respeito ao segundo aspecto (quero dizer que li dois aspectos na pergunta, um no que diz respeito às sugestões e outro que diz respeito à imitação, e entendo por imitação, a invocação de técnicas terapêuticas clássicas como se fossem válidas para todo e qualquer indivíduo.): com um pouco de ponderação. Tratar de uma pessoa “baixando o caboclo Jung” ou “encarnando o Deus Freud”, pode tornar a terapia angustiante para ambas as partes e em muitas vezes torná-la ineficaz. “Uma psicanálise para cada paciente”. No que diz respeito às escolas lacanianas, esse sim é um caso sério. Tais técnicas jamais devem ser utilizadas de forma ortodoxa. Acho que não consegui unir as idéias. Farei então: não se deve achar que uma mesma situação deva ser tratada da mesma forma com pacientes diferentes. Se preciso for, uma nova técnica deve ser criada. A imitação deve ser evitada.
ERLY ALEXANDRINO S. NET

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