RedePsi - Psicologia

Notícias

Revista PSYU Nº6 – Coluna ABERTA – Novembro/2000

Psico PUC, a melhor do Brasil. E os alunos?
Psico PUC, a melhor do Brasil. E os alunos?
Um dia desses, em algum lugar da PUC-SP, ouvi alguém comentar que o curso de psicologia de nossa tão adorada faculdade, foi eleito o melhor do Brasil no ranking de faculdades da revista Playboy. Não vou negar que também encarei o fato com bastante orgulho, a princípio. Pra ser sincero, nem sei se a informação é verdadeira, e nem é isso que me levou a escrever esse texto. Na verdade, parei… pensei… e comecei a me perguntar até que ponto o fato de ser considerada a melhor é realmente suficiente para se esperar que sejam formados “bons” psicólogos aqui. Bem, se “bons” psicólogos são aqueles que adoram perder-se em discussões filosóficas abstratas, que falam difícil, de coisas complicadas, com um ar intelectual e que ainda por cima, viriam a me falar sobre a relatividade desse meu juízo de valores, “bons” psicólogos … blá, blá, blá… etc… !!!

Será que é disso que o mundo precisa? Centralizar a discussão no indivíduo, esquecendo-se de uma realidade social tão problemática quanto a que vivemos. Tentamos avançar o conhecimento em uma área, enquanto problemas básicos de sobrevivência e igualdade ainda não foram sequer pensados, muito menos solucionados, e de tão antigos já se tornaram normais e banais. E digo isso, porque sei que é dessa forma, alienada no Ser individual, que vive grande parte dos alunos, denominados “esclarecidos”, da faculdade. A questão não é sobre o que se fala, mas sim sobre o que se deixa de falar; ou então, buscar um lado objetivo nessa discussão subjetiva, que inclusive teoricamente afirma que o objetivo e subjetivo não se separam.

A qualidade do nosso ensino aqui, é indiscutível, e a faculdade nos possibilita olhar para essa realidade com com olhos críticos. O que precisamos é levar essa visão crítica para fora da universidade, ao invés de deixar-nos contagiar pela apatia da sociedade.

Acho que está na hora de revermos nossas prioridades. O mundo está aí, e precisa de alguém que se preocupe com ele.

Uma vez, li uma frase que me fez parar um pouco para pensar, essa frase dizia que a ciência não tem sentido se não servir para melhorar a condição humana…

…Portanto, que tal fazer uma ciência que tenha um sentido?
LUIZ FERNANDO G. GAMAZZETTO, ALUNO DO 2º ANO DE PSICOLOGIA DA PUC-SP

Acesso à Plataforma

Assine a nossa newsletter