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Centro de documentação recupera memória da psicanálise brasileira

A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo inaugura no próximo dia 22 de outubro, às 20 horas, na Rua Sergipe, 441 – Higienópolis – em São Paulo, a “Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise”, primeira do gênero no Brasil e que reúne um raro acervo da psicanálise brasileira.

A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo inaugura no próximo dia 22 de outubro, às 20 horas, na Rua Sergipe, 441 – Higienópolis – em São Paulo, a “Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise”, primeira do gênero no Brasil e que reúne um raro acervo da psicanálise brasileira.

A Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise exibe pela primeira vez a obra do pioneiro Durval Bellegarde Marcondes (1899-1981), introdutor da psicanálise no Brasil e fundador da primeira instituição psicanalítica da América Latina, a Sociedade Brasileira de Psicanálise (1927). O centro de documentação abriga ainda o acervo dos psicanalistas Virgínia Bicudo, Flávio Dias, Judith Andreucci e Lígia Alcântara Amaral e está aberta para receber e preservar obras de psicanalistas que fazem parte da história da Psicanálise no Brasil.

Durval Marcondes deixou um respeitável acervo sobre suas relações artísticas, culturais e científicas no então emergente mundo da psicanálise, que passa a compor a Divisão de Documentação. Ele compreende o seu arquivo pessoal (cerca de 10 mil unidades divididas em 7 séries: correspondência, manuscritos, matérias extraídas de periódicos e imagens fotográficas), a biblioteca (1.765 unidades, entre livros, periódicos e separatas de revistas contendo a marginália de Marcondes) e a coleção de arte e objetos pessoais (cerca de 50 unidades entre quadros, móveis e objetos de adorno da residência), em um total aproximado de 15 mil documentos.

A implantação da Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise contou com a colaboração do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP e com o apoio do jornal “O Estado de S. Paulo”. O investimento total será de R$ 685 mil, aí incluídos a reforma do imóvel, aquisição de equipamentos, equipe de pesquisadores, seminários e outros materiais. “Durval Marcondes destacou-se tanto na psicanálise quanto na cultura paulistana e brasileira. Extremamente culto, seu acervo – hoje devidamente protegido na Divisão de Documentação – reflete a riqueza das relações que estabeleceu”, salienta Maria Ângela Moretzsohn, coordenadora da Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise da SBP.

A inauguração da Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Psicanálise acontece no próximo dia 22 de outubro de 2004, às 20 horas, no Auditório Adelheid Koch – Rua Sergipe, 441- térreo – Higienópolis – São Paulo.
Na ocasião, o Prof. Dr. Carlos Vogt fará a conferência “O Sentido do Sem Sentido da Vida”. Também será lançado o número especial dedicado à psicanálise, da revista “Ciência e Cultura”, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Histórico:
Durval Bellegarde Marcondes (1899-1981) formou-se pela Faculdade de Medicina de São Paulo em 1924, e já no ano seguinte introduzia as idéias da psicanálise na atividade clínica brasileira. Em 1927, escreveu a Freud comunicando a fundação, junto com Franco da Rocha, da Sociedade Brasileira de Psicanálise (a primeira da América Latina), que renasceu como Grupo Psicanalítico de São Paulo em junho de 1944 e, em 1951, no Congresso da International Psychoanalytical Association (IPA), em Amsterdã, tornou-se a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Marcondes foi um agitador cultural. Traduziu, com J. Correia Barbosa, em 1930, “Cinco Lições de Psicanálise”. Relacionou-se com representantes do modernismo literário paulistano, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e Paulo Prado, tendo publicado poemas na revista Klaxon (bíblia do modernismo). Marcondes foi responsável pela vinda da psicanalista Adelheid Koch para São Paulo, possibilitando a formação de profissionais da psicanálise. Com Adelheid, criou um núcleo intelectual que reunia Flávio Rodrigues Dias, Virgínia Leone Bicudo, Darcy de Mendonça Uchôa e Frank J. Philips. Esse grupo criou a SBP e estabeleceu contato com o fundador da psicanálise, Sigmund Freud, que orientou o grupo por correspondências.
Em 1927, Marcondes fundou o serviço de higiene mental nas instituições escolares. Nos anos seguintes, colaborou na formação da Universidade de São Paulo, onde criou as primeiras cátedras brasileiras de psicologia, psicanálise e higiene mental.

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