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Michael Jackson não precisa de garotinhos, precisa de tratamento.

Do ponto de vista judiciário, o julgamento de Michael Jackson pode ter sido uma história interessante, quem sabe até um “case study” para estudantes de Direito. Do ponto de vista humano, contudo, é antes de tudo uma história triste, deprimente, quando não perturbadora. E é perturbadora porque o caso Jackson é a doença psicológica transformada em espetáculo público, fazendo a delícia de voyeurs, mas, ao fim e ao cabo, deixando-nos um sensação amarga.

Fonte: [url=http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?coluna=visualiza_arte&id=3248]UOL[/url]Do ponto de vista judiciário, o julgamento de Michael Jackson pode ter sido uma história interessante, quem sabe até um “case study” para estudantes de Direito. Do ponto de vista humano, contudo, é antes de tudo uma história triste, deprimente, quando não perturbadora. E é perturbadora porque o caso Jackson é a doença psicológica transformada em espetáculo público, fazendo a delícia de voyeurs, mas, ao fim e ao cabo, deixando-nos um sensação amarga.

Fonte: [url=http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?coluna=visualiza_arte&id=3248]UOL[/url]Na verdade, temos em Jackson uma tríplice figura. Em primeiro lugar, a do artista. Pode-se não gostar do gênero de espetáculo que ele faz, ou fazia, mas temos de admitir que isto é expressão de uma certa cultura e que a empatia dos jovens para com ele era, e é, algo impressionante. Os fãs estavam dispostos a perdoar qualquer coisa que ele tivesse feito em nome exatamente disso, de seu papel como astro pop.

Em segundo lugar, temos o Michael Jackson transgressor e este foi o aspecto que predominou nas últimas semanas. Fez ou não fez sexo, dopou ou não dopou, estas eram as grotescas questões constantemente levantadas com aquela obsessão que é parte da cultura americana e da qual várias guerras dão testemunho (este episódio é, a propósito, uma espécie de guerra).

Mas nós temos o Michael Jackson infeliz, o Michael Jackson doente. O jovem com uma sombria vida familiar, oprimido por um pai duro quando não cruel. Um rapaz que era empurrado constantemente de volta à sua infância e que, tendo enriquecido, resolveu transformar em realidade o sonho de muitas crianças pelo mundo afora: encerrou-se num lugar que era misto de mansão opulenta e de Disneyworld. Neverland é exatamente o que sugere a expressão em inglês, a Terra do Nunca que Peter Pan conhecia, e que simplesmente não pode existir numa favela ou num bairro pobre. Acrescentem a isto a luta do ator com o próprio corpo, as grosseiras tentativas de ficar branco, de mudar os seus traços; de tal maneira que acabou se transformando numa espécie de andróide maquiado sob um grande guarda-chuva.

O tribunal inocentou Michael Jackson. Uma decisão que certamente provocará controvérsia e deixará muita gente inconformada. Para o suposto transgressor é um alívio. Para o showman uma promoção. Para o ser humano, uma oportunidade: Michael Jackson não precisa de garotinhos, precisa de tratamento. Oxalá ele se dê conta disso.

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