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Como falar de sexualidade com meu filho?

A falta de informação, ou a dificuldade de como transmiti-la na maioria dos casos, guarda relação com a própria forma em que os pais se enfrentaram ao tema da sexualidade como filhos.
Uma das dificuldades freqüentemente relatadas pelos pais com respeito à educação e orientação de seus filhos esta relacionada com o tema da sexualidade. Que fazer frente às perguntas ou comportamentos dos filhos, o que dizer? O que não dizer? Como dizer? Isto é esperado ou normal para a idade do meu filho? Como conversar sobre o tema? Enfim, pais frente a muitas perguntas, muitas angustias e poucas ferramentas para enfrentar o tema.

A falta de informação, ou a dificuldade de como transmiti-la na maioria dos casos, guarda relação com a própria forma em que os pais se enfrentaram ao tema da sexualidade como filhos. Nas famílias onde o tema da sexualidade foi um tabu ou trabalhado de maneira indireta, não entregou aos hoje pais uma experiência onde se apegar, uma referencia de conduta, uma pauta ou um roteiro mais ou menos conhecido a seguir.

A sexualidade, como parte constitutiva de todos, está e estará presente em suas varias formas e representações nas mais diferentes áreas da experiência e existência humana, tais como, corporal, emocional, social, religiosa, moral, ética e nas relações que os filhos estabelecem com os pais, irmãos e outros membros da família e da sociedade em geral. A sexualidade humana é ampla e abarca muito mais que o genital ou biológico.

Ser pais, também é assumir que após a concepção, nossos filhos estão fadados ao crescimento, a curiosidade e a descobrirem o mundo e a sociedade em que vivem, nossa função frente a este processo é acompanhá-los, buscando e entregando as informações numa linguagem que a criança possa compreender, de acordo a sua idade e também de acordo ao seu grau de curiosidade.

Educar é instruir, é assumir os filhos por inteiro, completos, e a curiosidade sobre o tema da sexualidade são sadios e esperados, faz parte da expansão do mundo da criança, a necessidade de saber da criança é parte de seu desenvolvimento normal. Ao enfrentarmos o tema de modo natural, mesmo que isto implique dizer a criança que como pai este tema não é fácil, mais que vai fazer o melhor para responder a pergunta, se mantém os canais de comunicação abertos e desmistifica o tema da sexualidade como um tabu dentro da casa.

Os pais podem trabalhar os temas partindo da própria curiosidade e interesse da criança. A chegada do irmãozinho, primos ou novos amiguinhos atraem a atenção deles e geralmente se convertem em perguntas, assim como, o nascimento de um animal de estimação ou a visita ao zoológico ou em programas de televisão. Ao responder as perguntas se abrem a porta ao dialogo e a criança se tranqüiliza, o que vai permitir dialogar sobre outros temas relacionados à sexualidade e a prevenção, permitindo no futuro a criança poder entender a diferença entre um carinho apropriado e um não apropriado, seja de um desconhecido ou não, a demais de poder se defender e informar aos pais sobre a situação. A porta aberta permite a fluidez da informação para ambos os lados, o que é fundamental para a família nos dias atuais.

Paulo Bonança, Psicólogo C.R.P 05- 30190.
Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-
Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
Telefone (21)2236-3899 – 9783-9766
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