RedePsi - Psicologia

Colunistas

A homossexualidade como uma construção da modernidade

O caráter histórico das práticas sexuais, sua dimensão simbólica e seu caráter dialético, configuram elementos que nos permitem compreender a relação indivíduo/sociedade/sexualidade.
As sexualidades ditas periféricas não surgiram na modernidade: sempre estiveram presentes durante épocas anteriores, porém a diferença é que agora elas passam a ter uma visibilidade e são apresentadas como entidades específicas que devem ser estudadas, avaliadas e controladas.

Através deste processo ocorreu a implementação das perversões pela ciência, que se encarrega de controlar, classificar e inseri-la dentro de uma realidade permanente e analítica. Estas novas classificações e especificações criaram uma nova identidade, um novo tipo de indivíduo: o “sujeito homossexual”, diferente dos outros sujeitos da sociedade por estar fora da norma dominante.

Esta construção moderna da homossexualidade como uma identidade, impossibilitou uma visão total do indivíduo, que passou a ser fragmentado com sua sexualidade predominando seus atos. O sodomita de épocas anteriores era um relapso, o homossexual do início da modernidade é uma espécie.

Atualmente, as ciências e a sociedade civil organizada deram grandes passos no sentido de desmistificar o prazer homoerótico e o preconceito social que o acompanha. Mas o caminho é longo e difícil, pois a tolerância alcançada através de árduo trabalho não é a falta do preconceito, mas sim, o preconceito congelado, escondido, à espera de uma oportunidade para surgir e estabelecer suas normas e pautas de controle e normalidade sexual.

Paulo Bonança, Psicólogo C.R.P 05- 30190.
Diplomado em Sexualidade Humana pela Universidade Diego Portales- Chile-
Autor da Tese “A AIDS entre os homossexuais; A confissão da soropositividade ao interior da família”.
Telefone (21)2236-3899 – 9783-9766
[email protected]

Acesso à Plataforma

Assine a nossa newsletter