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Ratos fornecem pistas para cura humana

Ao fazer ratos desenvolverem peles mais peludas, pesquisadores descobriram que uma enzima conhecida por servir como a última linha de defesa contra o câncer também ativa células-tronco adultas, que o corpo usa para reparar seus tecidos.

Fonte: [url=http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/08/18/ult574u5736.jhtm]UOL[/url]Ao fazer ratos desenvolverem peles mais peludas, pesquisadores descobriram que uma enzima conhecida por servir como a última linha de defesa contra o câncer também ativa células-tronco adultas, que o corpo usa para reparar seus tecidos.

Fonte: [url=http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/08/18/ult574u5736.jhtm]UOL[/url]Tal descoberta pode levar a novos tratamentos para certas doenças,
possivelmente até mesmo promovendo o crescimento de pêlos em outros animais além de ratos.

A pesquisa, relatada na quarta-feira por Steven E. Artandi e colegas da
Universidade de Stanford na revista “Nature”, mostra que células-tronco
adultas podem ser ativadas por uma enzima chamada telomerase.

A descoberta é surpreendente porque a telomerase é bem conhecida em um contexto bem diferente, protegendo contra tumores ao limitar o número de vezes que uma célula pode se dividir. As novas descobertas colocam a enzima em dois importantes caminhos biológicos, um que promove o crescimento de novas células para manutenção de tecidos, e outro que previne o crescimento excessivo que leva aos tumores.

Tal descoberta é “muito interessante e muito provocadora”, disse Carol
Greider, uma especialista em telomerase da Universidade Johns Hopkins, que não esteve envolvida na pesquisa.

Artandi escolheu estudar os efeitos da telomerase em peles de rato não para desenvolver uma terapia de substituição de pêlos para roedores, mas porque os ratos têm um sistema de células-tronco de fácil acesso inserido em sua pele. Cada folículo de pêlo tem conectado a ele um pequeno bulbo cheio de células-tronco. Quando as células-tronco são ativadas, o folículo desenvolve uma nova haste de pêlo.

A equipe de Artandi modificou geneticamente uma linhagem de ratos na qual o gene telomerase podia ser ativado com uma droga. Quando os ratos receberam a droga, as células-tronco em seus folículos de pêlo proliferaram e os ratos receberam cobertura adicional de pêlos.

O papel habitual da telomerase é manter os telômeros, extensões especiais do DNA que fecham cada ponta dos cromossomos. Mas ela apenas exerce este serviço nas células de óvulos e espermas e até certo ponto nas células-tronco.

O gene da telomerase é quase totalmente desativado nas células normais.
Assim, toda vez que uma célula normal se divide, seus telômeros se tornam mais curtos, e após encolherem a um certo comprimento, a célula é forçada ao envelhecimento e não pode se dividir novamente.

Por vários anos, havia indícios de que a proteína da telomerase realizava
algum outro papel além de apenas manter os telômeros. Artandi disse que
decidiu investigar tal papel nas células-tronco, porque o gene que produz a enzima é ativo nestas células.

Para evitar confusão com o papel da telomerase de comprimento do telômero, ele modificou os ratos para carecerem do mecanismo bioquímico adicional necessário para manter os telômeros. Assim, quando os ratos eram alimentados com a droga que ativava a telomerase, esta ativaria as células-tronco de uma forma que não envolveria seus telômeros.

Artandi disse que ainda não sabe como a telomerase ativa as células-tronco. Mas quando este novo caminho for compreendido, ele poderá sugerir formas de lidar com doenças na qual as células corretas falham em se proliferar, como as células ilhotas do pâncreas na diabete.

Ratos machos normais não ficam carecas à medida que envelhecem, mas a pesquisa poderá ser significativa para os seres humanos. Anthony Oro, um dermatologista e co-autor do estudo, disse que o grande desafio na calvície masculina é como reestimular os folículos impedidos.

A descoberta sobre a telomerase nos ratos “não prova que esta é a principal reguladora de todo o ciclo de folículos capilares”, mas ajudou a definir os envolvidos, disse Oro.

Especialistas em telomerase não envolvidos no estudo estão entusiasmados com a descoberta, que abre uma linha de investigação inesperada sobre seu gene favorito. “Eu acho que é uma observação extremamente importante”, disse Ron DePinho, da Escola de Medicina de Harvard.

Elizabeth Blackburn, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, disse que “biologicamente é intrigante” que a telomerase tenha dois papéis tão diferentes. Mas ainda é cedo demais para saber, ela acrescentou, se esta é apenas uma das freqüentes economias da natureza no uso da mesma proteína para fazer duas coisas.

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