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Estudo usa evolução para pesquisar vida familiar no Brasil

O velho Charles Darwin (1809-1882) sempre foi sinônimo de polêmica, mas pesquisadores brasileiros estão prestes a aplicar a teoria evolutiva, desenvolvida inicialmente por ele, num tema ainda mais litigioso: a escolha dos parceiros e a criação dos filhos. Não se trata de usar o naturalista inglês como terapeuta de casais, mas sim de entender como os milhões de anos de evolução humana influenciam a vida familiar das pessoas de hoje.

A idéia recebeu impulso com a recente aprovação de um projeto de psicologia evolucionista –o campo que tenta aplicar a lógica darwinista ao comportamento e à mente humana– pelos Institutos do Milênio, programa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Durante os próximos três anos, 17 pesquisadores coordenados por Maria Emilia Yamamoto, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), terão verba de cerca de R$ 1 milhão para investigar, do ponto de vista da evolução, problemas como a depressão pós-parto, as agressões a crianças e até o “ensino” do uso de ferramentas entre macacos-pregos (Cebus apella).
O velho Charles Darwin (1809-1882) sempre foi sinônimo de polêmica, mas pesquisadores brasileiros estão prestes a aplicar a teoria evolutiva, desenvolvida inicialmente por ele, num tema ainda mais litigioso: a escolha dos parceiros e a criação dos filhos. Não se trata de usar o naturalista inglês como terapeuta de casais, mas sim de entender como os milhões de anos de evolução humana influenciam a vida familiar das pessoas de hoje.

A idéia recebeu impulso com a recente aprovação de um projeto de psicologia evolucionista –o campo que tenta aplicar a lógica darwinista ao comportamento e à mente humana– pelos Institutos do Milênio, programa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Durante os próximos três anos, 17 pesquisadores coordenados por Maria Emilia Yamamoto, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), terão verba de cerca de R$ 1 milhão para investigar, do ponto de vista da evolução, problemas como a depressão pós-parto, as agressões a crianças e até o “ensino” do uso de ferramentas entre macacos-pregos (Cebus apella).
“Um dos principais aspectos que queremos estudar são os padrões reprodutivos e de investimento parental”, conta Yamamoto. Trocando em miúdos: como qualquer animal, os seres humanos, ao longo do tempo evolutivo, teriam desenvolvido estratégias para terem o máximo sucesso em se reproduzir –afinal, é isso o que os seres vivos fazem. E isso necessariamente envolve “decidir” (nem sempre de forma consciente) quanto pais e mães vão investir na criação de seus filhos.

No caso das pessoas, existe, é claro, um complicador aí: a cultura humana, que às vezes parece levar a decisões que vão na contramão da tendência a se reproduzir ao máximo. “O nome do projeto é “O moderno e o ancestral”, e a idéia é justamente entender essa dicotomia, esse aparente descompasso entre biologia e cultura”, conta Yamamoto.

A própria depressão pós-parto, um fenômeno que parece ser totalmente não-adaptativo –já que a mãe pode deixar de cuidar do bebê e perdê-lo–, poderia ser explicada dentro da lógica da psicologia evolucionista. “Nós vamos testar uma hipótese lançada há alguns anos, segundo a qual, na depressão pós-parto, a mãe se enxerga como não tendo condições de criar o bebê e sem alguém para ajudá-la”, diz a pesquisadora.

fonte:[url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u13974.shtml]www1.folha.uol.com.br[/url]

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