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Médicos abrem os consultórios aos “sem-saúde” do Rio

A ginecologista Rosângela Venâncio Santos, 47, sempre quis participar de um trabalho voluntário. O problema era a falta de tempo. Mas, há quatro anos, encontrou a solução no próprio consultório, no centro do Rio de Janeiro. Todos os dias, reserva parte de suas consultas a mulheres de baixa renda.
A ginecologista Rosângela Venâncio Santos, 47, sempre quis participar de um trabalho voluntário. O problema era a falta de tempo. Mas, há quatro anos, encontrou a solução no próprio consultório, no centro do Rio de Janeiro. Todos os dias, reserva parte de suas consultas a mulheres de baixa renda.
Assim como Rosângela, outros 170 médicos cariocas, de 23 especialidades diferentes, exercem o voluntarismo em seus consultórios particulares, atendendo gratuitamente a pacientes sem recursos financeiros. Cada um faz, em média, duas consultas por dia.

Eles são da ONG Médicos Solidários, que leva a chancela da organização internacional Médicos sem Fronteiras e nasceu querendo contribuir para reduzir a desigualdade social na saúde do Rio.

“Não queremos ser tapa-buraco nem assumir obrigação do Estado. A idéia é ser menos assistencialista e fomentar projetos de cidadania”, esclarece o clínico-geral e homeopata Hélio Holperin, 46, presidente da ONG.

Além das consultas, os pacientes fazem exames gratuitamente na rede de laboratórios e de clínicas de diagnóstico que participam do projeto. Se precisam de cirurgia, vão a um hospital público. “O atendimento é mais rápido porque os pacientes vêm com todos os exames feitos”, diz Holperin.

Para receber o benefício, o candidato deve ter vínculo com uma instituição de assistência social –há pelo menos 50 conveniadas à Médicos Solidários, entre elas as associações de moradores do bairro Azul e do morro do Dendê e a Pastoral do Menor do Rio.

Fila por ginecologista

Segundo Holperin, cada médico solidário “doa” cinco consultas particulares por semana, em média. A ONG administra a oferta e a procura. Na última segunda-feira, a dona-de-casa Vânia de Sousa da Costa, 27, fez sua primeira consulta em ginecologista particular.

“Esperei menos de duas semanas. No posto de saúde, demoro seis meses e, depois, mais seis para fazer os exames”, conta.

Moradora no morro da Mangueira, Vânia saiu do consultório com os exames ginecológicos preventivos agendados para a mesma semana da consulta. “A gente é tratada como gente, coisa que não acontece no serviço público.”

A ginecologia é a área de maior demanda na ONG e tem o maior número de voluntários (36). “A demanda é muito maior que a oferta. É o reflexo da falta de profissionais e do caos da rede pública”, avalia Holperin.

A ginecologista Rosângela tem exemplos práticos do descaso. Desde que se tornou médica voluntária, já diagnosticou problemas em suas pacientes que não haviam sido detectados no serviço público, entre eles um caso de câncer de colo de útero.

“Um que me chamou a atenção foi o de uma jovem de 20 anos que apresentava um aumento do volume abdominal em razão de um mioma [tumor]. Já tinha passado por vários hospitais públicos e nenhum chegou a uma conclusão.”

fonte:[url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u116641.shtml]www.1folha.uol.com.br[/url]

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