Neste mês trataremos da disfunção erétil, mais conhecida por impotência sexual. Trata-se de uma das disfunções sexuais mais comuns na atualidade o que torna o assunto de extrema importância para nós homens. Mas quando se fala que é importante para os homens, não queremos e nem devemos excluir as mulheres ou parceiros daqueles que sofrem esse tipo de disfunção. Ao contrário, conhecer as causas da disfunção sexual, pode ajudar, em muitos casos, solucionar o problema.
Quem já não teve uma ocasião em que estava belo e gostosão, com uma gata (ou gato) do lado e ai, sem mais nem menos o pênis falha? A gente ali, desesperado e ele, simplesmente continua a dormir como se nada tivesse acontecendo? A gente olha atônito. Temos a impressão que o apêndice masculino é alguma coisa alheia a nós, um inimigo que nos decepciona. “Desgraçado. Logo agora!” Você ali, morrendo de vergonha e ele, nem ai. Continua adormecido em berço esplendido, sem dar a mínima para sua aflição. Ai vêm aquela conversa da parceira (ou parceiro): – Liga não benhê, isso acontece! Acontece? Cê fala assim porque não é com você pô! Pode acontecer com os outros, mas não comigo!
É uma situação embaraçosa. Fica-se com “cara de tacho”, morrendo de vergonha. Mas se pensarmos bem friamente no assunto, por que é que não se pode falhar? Afinal, somos humanos, temos inúmeras dificuldades e preocupações que nem sempre abandonam nossos pensamentos. Temos o direito de falhar e podemos fazer isso com toda a dignidade. Ou, pelo menos, deveríamos. É, mas os homens brasileiros, não lidam muito bem com essa idéia. Falhar na cama é uma coisa terrível. Mas creio que esse não é um problema só do brasileiros e nem dos dias atuais. Nos EUA da América, uma boa porcentagem da população masculina, sofre desse mal. Os livros de história da sexualidade estão repletos de informações sobre poções afrodisíacas que visavam aumentar a libido e, conseqüentemente, ajudar na ereção. É um fantasma que persegue o homem à séculos.
Quando o Viagra foi lançado, eu respirei aliviado. Imaginei que os rinocerontes estariam a salvo. Sabe o que está causando a extinção dos rinocerontes? O medo da impotência sexual. No oriente médio existe a crença de que, o pó do chifre do rinoceronte, é um excelente remédio contra a impotência sexual e também um ótimo afrodisíaco. Então, o chifre de um rinoceronte vale uma verdadeira fortuna. Os caçadores, por causa do dinheiro que isso rende, matam os coitados dos bichos só para tirar-lhes o chifre. Resultado: estão quase extintos.
Hoje em dia com a situação econômica cada vez mais instável, com a falta de expectativa de futuro, o medo de perder o emprego ou de não conseguir manter o padrão de vida, o homem está adoecendo com mais freqüência. Uma das doenças é a impotência sexual. Lembro-me bem que há uns 15 anos atrás, os pacientes que chegavam no consultório, para tratar de problemas de impotência sexual, estavam sempre dentro da faixa etária dos 40 anos para cima. Hoje, temos pacientes ainda adolescentes com disfunção erétil. Um rapaz de 22 anos, procurou-me para saber qual a razão de sua impotência sexual. Já estava tomando Viagra, receitado por seu médico urologista. Achava um absurdo ter que recorrer ao remédio quando sabia que era potente. Mas o fato é que não conseguia ereção quando estava com sua namorada.
O MITO DA IMPOTÊNCIA
De uma forma geral pode-se dizer que o homem é potente até o final da vida. Não importa quanto tempo venha a viver. O que muda, na verdade é que, após os 40 anos, a forma de ver a sexualidade muda muito. Nessa altura da vida o homem começa a se preocupar com qualidade e não com quantidade. O homem, quando jovem, só de olhar alguém interessante, fica com o pênis ereto. Às vezes, chega a dar vexame. Depois dos quarenta, isso muda um pouco. A ereção é normal, mas na maioria dos casos, ocorre no contato físico. Em alguns casos, a estimulação é necessária. Daí para frente existe uma diminuição na eficiência, mas pode se preservar a qualidade. O pênis já não fica mais apontando para cima. Os nervos e os músculos envolvidos na sustentação do membro, já não tem o mesmo vigor e nem o mesmo tônus. Por volta dos cinqüenta anos, o pênis começa a apontar para frente e depois disso, na medida em que a idade avança, vai começar a apontar cada vez mais para baixo. Mas isso não implica em perda de ereção.
Existem muitos mitos sobre velhice que dão conta de que o homem, ao envelhecer, inevitavelmente vai ter que se haver com a impotência. Não é fato, é mito. O que ocorre é que, em muitas circunstâncias, as doenças e as dificuldades da vida do idoso, podem interferir com a libido. Ficar velho não é um processo fácil. Muitas pessoas têm dificuldade com isso. Entretanto, tirando esses aspectos, pode-se dizer que o homem é potente até a morte.
Para ilustrar isso, vou contar o caso de um paciente de 95 anos que chegou no consultório queixando-se de problemas sexuais. Sabem qual era a queixa? Ele havia se casado com uma moça de 25 anos há três anos. De inicio, tinham relações sexuais todos os dias. Agora essa freqüência havia sido reduzida para duas vezes na semana e isso, o preocupava. O homem era lá do interior de Goiás. Fiquei olhando para ele com uma tremenda inveja. Se eu chegar aos noventa com essa disposição, não terei tido o menor motivo para queixar-me da vida.
Muitas piadas circulam por ai falando do velho como um ser impotente. Na minha opinião isso expressa uma angústia dos homens jovens, angústia essa que sempre acaba por surgir nos quadros de impotência transitórios que a maioria dos homens já viveu. Penso, entretanto que isso pode condicionar as pessoas a acreditarem que sua potência tende a desaparecer com a idade. Além disso, tais piadas são preconceituosas e criam uma inibição para o adequado comportamento sexual do idoso. Muitos homens idosos continuam a manter sua vida sexual. Isso ajuda a sobreviver com mais saúde e dignidade. Amar é um sentimento que deveria nos acompanhar até o fim da vida também.
A DISFUNÇÃO ERÉTIL
A disfunção erétil pode ter origem em fatores físicos ou psicológicos. Por isso, antes de iniciarmos o tratamento psicológico de um paciente com disfunção erétil, o paciente deve passar por um urologista, para que seja feita uma avaliação da sua integridade fisiológica. Muitas são as causas físicas que podem estar envolvidas nesse tipo de patologia. Entre as mais freqüentes estão diabetes não diagnosticado, nível baixo de andrógenos, algumas doenças debilitantes não especificas, problemas hepáticos, doenças neurológicas, tumores na parte baixa do corpo que atingem a coluna, doença de Peyronie e alguns problemas endócrinos que interferem com hormônios. Alguns medicamentos para a pressão, coração, medicamentos de regime e medicamentos psiquiátricos podem causar impotência. Outra causa que pode estar por trás dessa disfunção sexual é a ansiedade e depressão, que trataremos num próximo número. O urologista deve fazer uma avaliação cuidadosa para determinar se existem ou não fatores físicos envolvidos no quadro de impotência.
Hoje existem muitos equipamentos que permitem exames precisos para determinar o diagnóstico de impotência sexual. Normalmente as causa físicas atingem pessoas que já passaram dos quarenta anos. Com raras exceções, os quadros de impotência sexual em pessoas jovens é de ordem psicológica.
A causa psicológica mais freqüente é a ansiedade. A função erétil fica prejudicada a partir do momento em que o individuo fica ansioso. Existem vários padrões de impotência sexual. Alguns indivíduos não conseguem ficar excitados durante as preliminares, outros conseguem a ereção de imediato e perdem-na depois. Alguns sujeitos perdem a ereção no momento da penetração ou durante a manipulação ou sexo oral. Outro tipo muito comum de impotência sexual é o individuo que fica extremamente excitado enquanto está namorando de roupa mas, tão logo fica nu o pênis fica flácido. Muitos conseguem apenas ereções parciais enquanto outros não conseguem nenhuma ereção.
A impotência sexual, assim como outras disfunções sexuais, pode ser, primária, secundária e situacional. Primária é aquele tipo onde se situam os pacientes que nunca conseguiram ter uma ereção com uma parceira ou parceiro, embora tenham ereção com masturbações ou ereções espontâneas. Secundária é aquela impotência que surge depois que o individuo já teve inúmeras experiências sexuais com ereção e então desenvolve um quadro de impotência. A impotência situacional é aquela que quase todos nós conhecemos. Ocorre numa ocasião especifica mas não se repete em outras.
A impotência sexual ou Disfunção erétil é a mais frustradora e humilhante das patologias sexuais para os homens. Ela incide em todas as culturas e classes sócio-econômicas. Mas talvez isso ocorra porque nós homens, temos nossa auto-estima apoiada na ereção. Fazemos da cama um campo de batalha onde lutamos por uma vitória. É como se um pênis endurecido, fosse a prova definitiva de nosso domínio e mesmo de nosso amor. Se a ereção falha, o mundo vem abaixo. A criação do macho em nossa cultura, não deixa muitas alternativas para nós: temos que acertar ou acertar. Talvez ai esteja um ponto a ser mudado. Muitas mulheres não estão tão preocupadas com pênis ereto, como estão com os carinhos, acolhimento e compreensão que o homem possa oferecer-lhe.
Se nós homens pudéssemos compreender um pouco melhor esse ponto de vista feminino, provavelmente não teríamos tantos problemas com a potência sexual. O envolvimento afetivo com a parceira ou o parceiro pode ser um remédio fantástico para resolver esse problema. Quando vamos para a cama com alguém, parece que tudo o que levamos de nós, é o pênis. O resto se perdeu. É lógico que, se somos um pênis, e ele falha, tudo o mais vai estar comprometido. Mas se formos para a cama inteiros, levando o pênis apenas como um apêndice de prazer, uma falha pode não ser desastrosa, pode ser apenas uma falha.
Agora existem muitas disfunções eréteis que surgem diante das discórdias conjugais. Algumas mulheres castram psiquicamente seus maridos comportando-se destrutivamente, não só na situação sexual como em outras situações da vida. Uma vez um paciente jovem, de 34 anos, me procurou com uma queixa de impotência sexual. Já havia passado por um urologista e nada havia sido constatado. Durante algumas seções conversamos sobre tudo que ocorria em sua vida. Sua mulher, segundo ele, era uma doçura, uma delicadeza. Mas aos poucos fui percebendo o quanto a mulher era destrutiva. Ele era um jovem muito dedicado à família e era normal que sempre levasse algumas coisas para casa na volta do trabalho. Se ele comprava palmito inteiro, a esposa, delicadamente, dizia que seria melhor que tivesse comprado palmitos em pedaços. Se ele lhe dava uma blusa vermelha ela agradecia, mas dava um jeito de contar-lhe que seria melhor se a blusa fosse amarela. Com tudo ela fazia isso. Ele começou a desenvolver uma impotência porque de fato era isso que ela lhe dizia: você é impotente para me satisfazer.
O tratamento de um paciente de importância sexual pode ser simples e rápido. Muitos casos que tratei duraram de três a seis meses. Mas em alguns casos, quando a patologia psíquica é mais complexa, pode durar anos. Tratar de um paciente de impotência sexual requer uma cuidadosa observação do comportamento do individuo em relação à vida. As interações com as (os) parceiras (os) e sua história de relacionamento com os pais é de grande ajuda para compreender os padrões que ele desenvolveu para chegar até a patologia. Identificar um possível transtorno da ansiedade ou depressão é fundamental. Stress é outra causa freqüente de quadros episódicos de impotência sexual. Só que tem um problema. Muitas vezes, um quadro episódico, pode se tornar crônico porque o paciente desenvolve uma enorme ansiedade e toda vez que vai ter uma relação sexual, fica ansioso e falha.
impotência tem cura sim… e 90% é aconselhamento psicológico…acesse https://www.vintagesexshop.com.br/loja/problemas-na-cama/impotencia-sexual e confira os tratamentos mais importantes para esse mal masculino