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Disfunção Erétil – Mais conhecida por impotência sexual.



PSICOSSOMA

Disfunção
Erétil

por Mário Luiz
Pestana Quilici

Neste
mês trataremos da disfunção erétil, mais conhecida por impotência
sexual
. Trata-se de uma das disfunções sexuais  mais comuns
na atualidade o que torna o assunto de extrema importância para nós
homens. Mas quando se fala que é importante para os homens, não queremos
e nem devemos excluir as mulheres ou parceiros daqueles que sofrem esse
tipo de disfunção. Ao contrário, conhecer as causas da disfunção sexual,
pode ajudar, em muitos casos, solucionar o problema.

Quem
já não teve uma ocasião em que estava belo e gostosão, com uma gata
(ou gato) do lado e ai, sem mais nem menos o pênis falha?  A gente
ali, desesperado e ele,  simplesmente continua a dormir como se
nada tivesse acontecendo?  A gente olha atônito. Temos a impressão
que o apêndice masculino é alguma coisa
alheia  a nós, um inimigo que nos decepciona. “Desgraçado. Logo
agora!”
Você ali, morrendo de vergonha e ele, nem ai. Continua adormecido
em berço esplendido, sem dar a mínima para sua aflição.  Ai vêm
aquela conversa da parceira (ou parceiro): – Liga não benhê, isso acontece!
Acontece? Cê fala assim porque não é com você pô!  Pode acontecer
com os outros, mas não comigo!

É uma situação embaraçosa.
Fica-se com “cara de tacho”, morrendo de vergonha. Mas se pensarmos
bem friamente no assunto, por que é que não se pode falhar? Afinal,
somos humanos, temos inúmeras dificuldades e preocupações que nem sempre
abandonam nossos pensamentos.  Temos o direito de falhar e podemos
fazer isso com toda a dignidade. Ou, pelo menos, deveríamos. É, mas
os homens brasileiros,  não lidam muito bem com essa idéia. Falhar
na cama é uma coisa terrível. Mas creio que esse não é um problema só
do brasileiros e nem dos dias atuais.  Nos EUA da América, uma
boa porcentagem da população masculina, sofre desse mal. Os livros de
história da sexualidade estão repletos de informações sobre poções afrodisíacas
que visavam aumentar a libido e, conseqüentemente, ajudar na ereção.
É um fantasma que persegue o homem à séculos.

Quando o Viagra foi
lançado, eu respirei aliviado.  Imaginei que os rinocerontes estariam
a salvo. Sabe o que está causando a extinção dos rinocerontes?  
O medo da impotência sexual. No oriente médio existe a crença de que,
o pó do chifre do rinoceronte, é um excelente remédio contra a impotência
sexual e também um ótimo afrodisíaco.  Então, o  chifre de
um rinoceronte vale uma verdadeira fortuna. Os caçadores, por causa
do dinheiro que isso rende, matam os coitados dos bichos só para tirar-lhes
o chifre. Resultado: estão quase extintos.

Hoje em dia com a
situação econômica cada vez mais instável, com a falta de expectativa
de futuro, o medo de perder o emprego ou de não conseguir manter o padrão
de vida,  o homem está adoecendo com mais freqüência.  Uma
das doenças é a impotência sexual. Lembro-me bem que há uns 15 anos
atrás, os pacientes que chegavam no consultório, para tratar de problemas
de impotência sexual, estavam sempre dentro da faixa etária  dos
40  anos para cima. Hoje, temos pacientes ainda adolescentes com
disfunção erétil.  Um rapaz de 22 anos, procurou-me para saber
qual a razão de sua impotência sexual. Já estava tomando Viagra, receitado
por seu médico urologista.  Achava um absurdo ter que recorrer
ao remédio quando sabia que era potente. Mas o fato é que não conseguia
ereção quando estava com sua namorada.

 O
MITO DA IMPOTÊNCIA

De uma forma geral
pode-se dizer que o homem é potente até o final da vida. Não importa
quanto tempo venha a viver.   O que muda, na verdade é que,
após os 40 anos,  a  forma de ver a sexualidade muda muito.
Nessa altura da vida o homem começa a se preocupar com qualidade e não
com quantidade. O homem, quando jovem, só de olhar alguém interessante,
fica com o pênis ereto. Às vezes, chega  a dar vexame. Depois dos
quarenta, isso muda um pouco. A ereção é normal, mas na maioria dos
casos, ocorre no contato físico. Em alguns casos, a estimulação é necessária.
Daí para frente existe uma diminuição na eficiência, mas pode se preservar
a qualidade. O pênis já não fica mais apontando para cima. Os nervos
e os músculos envolvidos na  sustentação do membro, já não tem
o mesmo vigor e nem o mesmo tônus.  Por volta dos cinqüenta anos,
o pênis começa a apontar para frente e depois disso, na medida em que
a idade avança,  vai  começar a apontar cada vez mais para
baixo. Mas isso não implica em perda de ereção.

Existem muitos mitos
sobre velhice que dão conta de que o homem, ao envelhecer, inevitavelmente
vai ter que se haver com a impotência. Não é fato, é mito. O que ocorre
é que, em muitas circunstâncias, as doenças e as dificuldades da vida
do idoso, podem interferir com a libido. Ficar velho não é um processo
fácil. Muitas pessoas têm dificuldade com isso.  Entretanto, tirando
esses aspectos, pode-se dizer que o homem é potente até a morte.

Para ilustrar isso,
vou contar o caso de um paciente de 95 anos que chegou no consultório 
queixando-se de problemas sexuais. Sabem qual era a queixa?  Ele
havia se casado com uma moça de 25 anos há três anos. De inicio, tinham
relações sexuais todos os dias. Agora essa freqüência havia sido
reduzida para duas vezes na semana e isso, o preocupava.  O homem
era lá do interior de Goiás. Fiquei olhando para ele com uma tremenda
inveja. Se eu chegar aos noventa com essa disposição,  não terei
tido o menor motivo para queixar-me da vida.

Muitas piadas circulam
por ai falando do velho como um ser impotente. Na minha opinião isso
expressa uma angústia dos homens jovens, angústia essa que sempre acaba
por surgir nos quadros de impotência transitórios que  a maioria
dos homens já viveu. Penso, entretanto que isso pode condicionar as
pessoas a acreditarem que sua potência tende a desaparecer com a idade.
Além disso, tais piadas são preconceituosas e criam uma inibição para
o adequado comportamento sexual do idoso. Muitos homens idosos continuam
a manter sua vida sexual. Isso ajuda a sobreviver com mais saúde e dignidade.
Amar é um sentimento que deveria nos acompanhar até o fim da vida também. 

 A
DISFUNÇÃO ERÉTIL

 A
disfunção erétil pode  ter origem em fatores físicos ou psicológicos.
Por isso, antes de iniciarmos o tratamento psicológico de um paciente
com disfunção erétil, o paciente deve passar por um urologista, para
que seja feita uma avaliação da sua integridade fisiológica. Muitas
são as causas físicas que podem estar envolvidas nesse tipo de patologia.
Entre as mais freqüentes estão diabetes não diagnosticado, nível baixo
de andrógenos, algumas doenças debilitantes não especificas, problemas
hepáticos, doenças neurológicas, tumores na parte baixa do corpo que
atingem a coluna, doença de Peyronie e alguns problemas endócrinos que
interferem com hormônios. Alguns medicamentos para a pressão, coração,
medicamentos de regime e medicamentos psiquiátricos podem causar impotência.
Outra causa que pode estar por trás dessa disfunção sexual é a ansiedade
e depressão, que trataremos num próximo número. O urologista deve fazer
uma avaliação cuidadosa para determinar se existem ou não fatores físicos
envolvidos no quadro de impotência.

 Hoje existem
muitos equipamentos que permitem exames precisos para determinar o diagnóstico
de impotência sexual. Normalmente as causa físicas atingem pessoas que
já passaram dos quarenta anos. Com raras exceções, os quadros de impotência
sexual em pessoas jovens é de ordem psicológica.

A causa psicológica
mais freqüente é a ansiedade. A função erétil fica prejudicada a partir
do momento em que o individuo fica ansioso. Existem vários padrões de
impotência sexual. Alguns indivíduos não conseguem ficar excitados durante
as preliminares, outros conseguem a ereção de imediato e perdem-na depois.
Alguns sujeitos perdem a ereção no momento da penetração ou durante
a manipulação ou sexo oral. Outro tipo muito comum de impotência sexual
é o individuo que fica extremamente excitado enquanto está namorando 
de roupa mas, tão logo fica nu  o pênis fica flácido. Muitos conseguem
apenas ereções parciais  enquanto outros não conseguem nenhuma
ereção.

A impotência sexual,
assim como outras disfunções sexuais, pode ser, primária, secundária
e situacional.
Primária é aquele tipo onde se situam  os pacientes
que nunca conseguiram ter uma ereção com uma parceira ou parceiro, embora
tenham ereção com masturbações ou ereções espontâneas.  Secundária
é aquela impotência que surge depois que o individuo já teve inúmeras
experiências sexuais com ereção e  então desenvolve um quadro de
impotência. A impotência situacional é aquela que quase todos nós conhecemos.
Ocorre numa ocasião especifica  mas não se repete em outras.

A impotência sexual
ou Disfunção erétil é a mais frustradora e humilhante das patologias
sexuais para os homens. Ela incide em todas as culturas e classes sócio-econômicas.
Mas talvez isso ocorra porque nós homens, temos nossa auto-estima apoiada
na ereção. Fazemos da cama um campo de batalha onde lutamos por uma
vitória. É como se um pênis endurecido, fosse a prova definitiva de
nosso domínio e mesmo de nosso amor. Se a ereção falha, o mundo vem
abaixo.  A criação do macho  em nossa cultura, não deixa muitas
alternativas para nós: temos que acertar ou acertar. Talvez ai esteja
um ponto a ser mudado. Muitas mulheres não estão tão preocupadas com
pênis ereto, como estão com os carinhos, acolhimento e compreensão que
o homem possa oferecer-lhe.

Se nós homens pudéssemos
compreender um pouco melhor esse ponto de vista feminino, provavelmente
não teríamos tantos problemas com a potência sexual.  O envolvimento
afetivo com a parceira ou o parceiro pode ser um remédio fantástico
para resolver esse problema.  Quando vamos para a cama com alguém,
parece
que tudo o que levamos  de nós, é o pênis.  O resto se perdeu. 
É lógico que, se somos um pênis, e ele falha, tudo o mais vai estar
comprometido. Mas se formos para a cama inteiros, levando o pênis apenas
como um apêndice de prazer, uma falha pode não ser desastrosa, pode
ser apenas uma falha.

 Agora existem
muitas disfunções eréteis que surgem diante das discórdias conjugais.
Algumas mulheres castram psiquicamente seus maridos  comportando-se
destrutivamente, não só na situação sexual como em outras situações
da vida.  Uma vez um paciente jovem, de 34 anos, me procurou
com uma queixa de impotência sexual. Já havia passado por um urologista
e nada havia sido constatado. Durante algumas seções conversamos sobre
tudo que ocorria em sua vida. Sua mulher, segundo ele, era uma doçura,
uma delicadeza.  Mas aos poucos fui percebendo o quanto a mulher
era destrutiva. Ele era um jovem muito dedicado à família e era normal
que sempre levasse algumas coisas para casa na volta do trabalho. Se
ele comprava palmito inteiro, a esposa, delicadamente, dizia que seria
melhor que tivesse comprado palmitos em pedaços. Se ele lhe dava uma
blusa vermelha ela agradecia, mas dava um jeito de contar-lhe que seria
melhor se a blusa fosse amarela. Com tudo ela fazia isso. Ele começou
a desenvolver uma impotência porque de fato era isso que ela lhe dizia:
você é impotente para me satisfazer.

O tratamento de um
paciente de importância sexual pode ser simples e rápido. Muitos casos
que tratei duraram de três a seis meses. Mas em alguns casos, quando
a patologia psíquica é mais complexa, pode durar anos. Tratar de um
paciente de impotência sexual requer uma cuidadosa observação do comportamento
do individuo em relação à vida. As interações com as (os) parceiras
(os)  e sua história de relacionamento com os pais é de grande
ajuda para compreender os padrões que ele desenvolveu para chegar até
a patologia.  Identificar um possível transtorno da ansiedade ou
depressão é fundamental. Stress é outra causa freqüente de quadros episódicos
de impotência sexual. Só que tem um problema. Muitas vezes, um quadro
episódico, pode se tornar crônico porque o paciente desenvolve uma enorme
ansiedade e toda vez que vai ter uma relação sexual, fica ansioso e
falha.

One thought on “Disfunção Erétil – Mais conhecida por impotência sexual.”

  1. impotência tem cura sim… e 90% é aconselhamento psicológico…acesse https://www.vintagesexshop.com.br/loja/problemas-na-cama/impotencia-sexual e confira os tratamentos mais importantes para esse mal masculino

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