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Variáveis no controle de acertos, erros e não escolhas na aprendizagem de pareamento de identidade por bebês

As pesquisas sobre formação de relações de equivalência de estímulos
desenvolveram metodologia para ensino de discriminações complexas com resultados
consistentes para populações de adultos normais, deficientes e crianças em idade
pré-escolar. A investigação das condições necessárias e suficientes para
aprendizagem de discriminações condicionais por bebês, no entanto, é um desafio
que enfrenta dificuldades metodológicas típicas do procedimento de pareamento
com o modelo associado às dificuldades de manutenção de crianças pequenas em
situações experimentais. Com o objetivo de ensinar tarefas de pareamento de
identidade para bebês com 12 meses de idade foram utilizadas diretrizes
metodológicas produzidas previamente a respeito dos controles em vigor em uma
situação experimental organizada especialmente para os bebês.

Para tanto foram
construídos novos equipamentos e confeccionados conjuntos de estímulos (bichos
de pelúcia, infláveis ou em tecido) que poderiam maximizar a aprendi!
zagem pelos pequenos. O ambiente experimental foi criado em uma sala de uma
creche e os participantes foram expostos a procedimentos típicos de
discriminação simultânea entre estímulos e pareamento com o modelo. Os estímulos
eram expostos em um aparato constituído por três janelas recortadas em uma caixa
diante das quais se sentava um experimentador e um bebê. Um sistema de abertura
e fechamento das janelas, comandado por experimentadores fora do campo visual do
bebê, permitia o acesso ou não aos estímulos. As tentativas iniciavam-se com a
abertura das janelas e exposição dos estímulos: no caso da seleção do estímulo
definido como S+ o bebê podia pegá-lo e brincar; na seleção do S- as janelas
eram fechadas até a tentativa seguinte. Na etapa de pareamento com o modelo um
estímulo fisicamente idêntico a um dos comparações era primeiramente apresentado
na janela central do aparato e, após uma resposta de observação do bebê, as
janelas laterais eram abertas e os estímulos comparaç!
ões eram expostos. As análises constantes dos desempenhos dos participantes e os
ajustes de procedimento visaram a identificação de quais variáveis antecedentes
e conseqüências providas para os bebês constituíam controles efetivos em vigor
tanto para a realização das tarefas requeridas como para manutenção dos bebês no
ambiente experimental. Resultados preliminares de desempenho nas tarefas indicam
que a freqüência de respostas corretas e incorretas (escolha do S+ e do S-,
respectivamente) alternam-se com respostas definidas como não-escolha,
revelando as possíveis variáveis efetivas no controle do comportamento dos
bebês. Discute-se qualidade do desempenho dos bebês com o controle exercido por
variáveis como contato social com experimentador, alterações na duração das
tarefas e variedade de estímulos disponíveis.

Autores: Danilo Augusto de Melo Faleiros (IC/CNPq), Naiara Minto de Sousa
(IC/CNPq), Thais Porlan de Oliveira (Co/CNPq), Maria Stella C. de Alcantara Gil
(O)

Instituição: UFSCar

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