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Mitos levam jovens angolanos a dispensar preservativos.

Em Angola, educação sexual tem sido falha e conhecimentos sobre aids são limitados.
Uso de preservativos não está disseminado entre os jovens angolanos, apesar da epidemia de aids nos países vizinhos. Para estudantes entrevistados, orientação sexual e distribuição gratuita de camisinhas são medidas urgentes
Em Angola, educação sexual tem sido falha e conhecimentos sobre aids são limitados.
Uso de preservativos não está disseminado entre os jovens angolanos, apesar da epidemia de aids nos países vizinhos. Para estudantes entrevistados, orientação sexual e distribuição gratuita de camisinhas são medidas urgentes
Estudo realizado com estudantes angolanos de uma escola pública da cidade de Lubango mostra que, apesar de os jovens conhecerem os perigos das doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, mais da metade não usa preservativos em suas relações. “O componente cultural é o mais forte. Por interferência das crenças eles não têm uma dimensão real do problema”, acredita o enfermeiro Guedes Candundo.

Dados da pesquisa mostram que 96% dos jovens já ouviram falar de aids, 95% de sífilis, 93% de gonorréia e 58% de hepatite B. Segundo o pesquisador, os meios de comunicação de Angola têm feito uma massiva campanha de informação sexual. “A maior parte dessas informações, 90% delas, vêm da televisão, 85% do rádio, 78% de amigos, 75% dos livros e 65% do jornal”, conta Candundo, que defendeu sua dissertação de mestrado na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto.

“Apesar de terem algum conhecimento sobre as doenças, a qualidade das informações precisaria ser melhor”, explica o pesquisador. “Crenças como a suposta fidelidade do parceiro ou a diminuição do prazer sexual trazida pela camisinha levam esses jovens a não usar preservativo em suas relações.”

Outra constatação da pesquisa foi a inexistência de programas educacionais específicos sobre o tema nas escolas. “Após a conclusão de minha pesquisa, o Ministério da Educação de Angola forneceu manuais para o ensino sexual, mas ainda não pude fazer uma avaliação após o surgimento desse programa”, diz Candundo.

Para incentivar o uso de preservativos, ele acredita que, além do reforço às informações, um Programa de Educação Sexual deva considerar os aspectos sociais e econômicos de seu público alvo e divulgar as informações nas diversas línguas nacionais existentes no país. Os próprios estudantes entrevistados reconheceram a importância do preservativo para a prevenção de doenças e como contraceptivo. Eles também indicaram a necessidade de campanhas de educação sobre o tema e a distribuição gratuita de preservativos.

“Ao mesmo tempo em que esses jovens subestimam a aids, associam-na a uma doença sem cura e fatal”, lembra o pesquisador. Em Angola os casos de aids são cerca de 5,5% da população, o que não é uma taxa tão alta. Nos países vizinhos as porcentagens de contaminação pelo vírus HIV são muito altas e alguns deles sofrem com uma epidemia da doença que se alastra por vários países africanos. “Isso é preocupante e representa um sério risco, se não houver medidas de prevenção e mudanças no comportamento da população”, ressalta o pesquisador.

Para Candundo a experiência brasileira é importante como modelo para Angola, pois “a população brasileira é mais informada e têm um comportamento avançado em relação aos angolanos. Devemos aprender com os programas implementados no Brasil”, diz.

Fonte: [url=http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/032.htm]www.usp.br[/url]

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