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Estagiária de psicologia desenvolve projeto inédito para internas

A estudante do oitavo período de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), Milena Batista Mendonça, 22 anos, apresentou recentemente um projeto fundamentado na valorização das internas do Presídio Feminino (Prefem) e na resolução de problemas, que será fundamental quando as internas retornarem ao convívio social. O projeto de intervenção de estágio básico intitulado “A utilização de filmes como técnica de intervenção psicológica no presídio feminino de Aracaju”, foi apresentado no início de abril, durante o Congresso de Gêneros Forenses ocorrido em Campina Grande, na Paraíba, e que reuniu equipes multidisciplinares de profissionais que debatem sobre o assunto no Brasil e Espanha.

A estudante do oitavo período de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), Milena Batista Mendonça, 22 anos, apresentou recentemente um projeto fundamentado na valorização das internas do Presídio Feminino (Prefem) e na resolução de problemas, que será fundamental quando as internas retornarem ao convívio social. O projeto de intervenção de estágio básico intitulado “A utilização de filmes como técnica de intervenção psicológica no presídio feminino de Aracaju”, foi apresentado no início de abril, durante o Congresso de Gêneros Forenses ocorrido em Campina Grande, na Paraíba, e que reuniu equipes multidisciplinares de profissionais que debatem sobre o assunto no Brasil e Espanha.

O projeto, com conteúdo inédito no segmento penitenciário, foi ovacionado pelos estudantes e profissionais dos dois países. A motivação da estudante baseou-se em sua experiência de estudos durante o período acadêmico na área da psicanálise e em outras áreas da Psicologia. “As internas têm uma resistência natural à verbalização e à discussão dos principais problemas que são enfrentados por elas no dia-a-dia do sistema presidiário. A proposta dos filmes será fundamental para superar estas
barreiras”, analisou Milena.

A intervenção grupal por intermédio da projeção dos filmes, chega como uma proposta de lazer para as internas, mas também como recurso para a modificação da realidade das detentas dentro da unidade prisional, através da abertura de discussões sobre os conflitos detectados durante as sessões. “As internas estariam falando delas indiretamente, já que os filmes foram criteriosamente escolhidos baseando-se na realidade vivida por elas”, afirmou a estudante, destacando ainda que as projeções facilitam o trabalho desenvolvido pelo psicólogo institucional.

O acervo foi dividido em três grupos: os filmes que retratam a realidade do sistema prisional, a exemplo de Carandiru, Bicho de sete cabeças e Laranja Mecânica; os que tratam das problemáticas e vivências das reeducandas, como Meninos não choram e Eu Cristiane F. 13 anos, drogada e prostituída; e ainda os filmes que revelam e/ou constroem identificações, grupo em que serão projetados os longas-metragens Minha vida sem mim, A corrente do bem e a Princesinha. Milena procurou sustentar a proposta do projeto em autores como Sigmund Freud, Marc Aumont e Jacques Lacan, que desenvolvem discussões sobre “momentos de elaboração das problemáticas e vivências”, prática da psicologia que será desenvolvida em sessões coletivas com as internas depois da exibição dos filmes.

Apoio
Apesar do projeto já ter sido reconhecido internacionalmente, em virtude da provável eficácia no tratamento terapêutico das internas e do conteúdo inédito, a futura psicóloga continua procurando apoio por parte da poder público e iniciativa privada.A estudante já definiu todo o planejamento para a aplicação do projeto no Prefem e espera ansiosa o início dos trabalhos.

A Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) já confirmou o apoio ao projeto de Milena e vai disponibilizar todos os recursos multimídia, a exemplo de projetor e aparelho de DVD, para que a exibição dos filmes seja possível. A diretoria do Prefem também já disponibilizou uma sala climatizada para atender as exigências da terapia. “Minha evolução na universidade levou-me a fazer este trabalho e espero aplicá-lo da melhor maneira possível, contribuindo com a melhoria do sistema prisional. Boa parte daquelas mulheres são vítimas de uma história de vida marcada pela violência. Muitas estão ali por terem reagido de forma ilícita a estes atos traumatizantes”, concluiu Milena.

Fonte: http://www.agencia.se.gov.br/

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