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Escolaridade da mulher afeta o consumo alimentar da família

Pesquisa feita no Departamento de Economia da Esalq mostra que quando a mulher é a chefe da família, trabalhando fora de casa, maior a probabilidade de diminuição do consumo de alimentos que demandam maior tempo de preparo em sua família.
Pesquisa feita no Departamento de Economia da Esalq mostra que quando a mulher é a chefe da família, trabalhando fora de casa, maior a probabilidade de diminuição do consumo de alimentos que demandam maior tempo de preparo em sua família.
A escolaridade da mulher influencia no padrão de consumo alimentar de algumas famílias brasileiras. Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP de Piracicaba, uma pesquisa mostrou que quanto maior é o nível de instrução da mulher, menor é o consumo de alimentos que demandam maior tempo para o preparo. “Há um consumo maior de alimentos como iogurtes e pães”, conta a economista Madalena Maria Schlindwein.

Para realizar seu estudo de doutorado no Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq, Madalena utilizou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utiliza uma amostra de 48.470 domicílios de todo o Brasil. “Montamos um banco de dados com essas informações, e escolhemos um conjunto de variáveis para avaliar o gasto com determinados alimentos”, conta a economista. Entre as variáveis, a renda, anos de escolaridade da mulher chefe de família ou cônjuge, composição familiar, área urbana ou rural, raça, região do país, idade da mulher e sexo do chefe da família.

As variáveis foram analisadas em relação a dois grandes grupos de alimentos, classificados como “tempo intensivos” (arroz, feijão, batata, mandioca, carnes e farinha de trigo), que demandam maior tempo de preparo; e “poupadores de tempo” (iogurtes, refrigerantes e sucos, alimentos prontos, pães e alimentação fora de casa).

A pesquisa pretendeu analisar a influência do custo de oportunidade do tempo da mulher no modo como sua família se alimenta. Se a mulher possui uma qualificação e opta por trabalhar, há uma diminuição no consumo de alimentos que demandam maior tempo de preparo. Se ela opta por ficar em casa, a tendência é que o consumo destes alimentos aumente. “Com maior qualificação, o custo para ela ficar fora do mercado aumenta, pois poderia estar ganhando mais se estivesse trabalhando”, explica Madalena.

O estudo comprovou que o nível de escolaridade da mulher propicia a aquisição de alimentos poupadores de tempo e negativamente a de tempo intensivos. “Quanto mais instruída é a mulher, maior é a probabilidade de ela trabalhar fora de casa e menor é o tempo gasto com atividades no domicílio, como cozinhar”, explica Madalena.

A redução na aquisição e no dispêndio com alimentos tempo intensivos ocorre também quando a mulher é o chefe da família ou quando são mais novas. “A maior renda exerceu efeito positivo na propabilidade de consumo de todos os alimentos analisados, menos no arroz e no feijão”, conta a economista. “Como são alimentos bastante populares, acredita-se que com uma elevação no nível de renda haja uma tendência de substituição desses produtos por massas ou alimentos mais sofisticados” diz Madalena.

Outro dado curioso diz respeito à influência da composição familiar no consumo de alimentação fora de casa. A presença de crianças com até 6 anos e de idosos na família reduziu a probabilidade de aquisição destes alimentos. Para as outras faixas etárias, a alimentação fora de casa tende a aumentar quando há um maior número de pessoas na família.

Fonte: [url=http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/076.htm]http://www.usp.br[/url]

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