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Bebê ajuda a entender raízes da fala

Deb Roy, pesquisador do Media Lab, no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), transformou seu filho recém-nascido e todo o resto de sua família em cobaias humanas de um experimento sobre o aprendizado da linguagem entre bebês.
Deb Roy, pesquisador do Media Lab, no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), transformou seu filho recém-nascido e todo o resto de sua família em cobaias humanas de um experimento sobre o aprendizado da linguagem entre bebês.
Desde que a criança saiu do hospital, há nove meses, Roy e família estão sendo monitorados por um conjunto de 14 microfones e 11 câmeras de alta definição, com a intenção de capturar, passo a passo, o processo de aquisição da linguagem falada, que ainda é um mistério, informa a edição on-line da revista britânica “New Scientist”.

Os dados são captados durante 14 horas por dia todos os dias. A intenção de Roy, cujo projeto é supervisionado pelo guru da psicologia evolutiva Steven Pinker, é elucidar qual o papel dos estímulos ambientais no desenvolvimento da fala.

Ninguém conhece com precisão os passos que levam da emissão dos primeiros sons até a fluência no idioma materno, por volta dos três anos de idade, mas boa parte dos pesquisadores concordam que o bebê faz muito mais do que simplesmente escutar outras pessoas falando antes de descobrir as regras do seu idioma, a partir desses exemplos.

Parece haver uma programação inata no cérebro humano, que lhe permite queimar etapas e montar com facilidade o quebra-cabeças da linguagem –idéia que Pinker defende.

Mesmo assim, algum grau de estimulação ambiental é necessário. Os pesquisadores já tentaram descobrir como isso se dá filmando mães e bebês em laboratório, mas Roy diz que, nesse ambiente artificial, fica difícil saber se as mudanças na fala de uma criança são bruscas ou apenas o resultado da descontinuidade entre as gravações –daí a idéia de manter um registro (quase) contínuo.

As câmeras são ligadas às 8h e desligadas às 22h, capturando 85% dos momentos que o bebê passa acordado até o seu terceiro aniversário. Se quiserem um pouco de privacidade, Roy e sua mulher têm a opção de desligar as câmeras ou deletar algumas cenas.

O pesquisador diz que não têm medo de expor demais seu filho numa idade tão delicada. E considera que pelo menos um aspecto do projeto deverá agradá-lo quando crescer. “Ele pode ser a primeira pessoa com uma memória que vai até o nascimento.”

Fonte: [url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14628.shtml]www.folha.com.br[/url]

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