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OMS alerta para perigos do “tabagismo alternativo”

Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) desfez a crença de que os cachimbos de água, o fumo para mascar e o cigarro indiano conhecido como “bidi” são mais saudáveis do que os cigarros normais, porque seriam menos prejudiciais.
Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) desfez a crença de que os cachimbos de água, o fumo para mascar e o cigarro indiano conhecido como “bidi” são mais saudáveis do que os cigarros normais, porque seriam menos prejudiciais.
Por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, nesta quarta-feira, OMS defendeu a necessidade de conscientizar a população de que todos os produtos relacionados ao tabaco são altamente viciadores e prejudiciais para a saúde.

“O problema desses produtos é que as pessoas não os conhecem bem. A cultura popular diz que eles têm menos efeitos nocivos, mas não existem estudos que nos permitam ter números globais”, disse a diretora da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS, Yumiko Mochizuki, em entrevista coletiva ontem.

Um claro exemplo é o cachimbo de água que, embora seja muito tradicional no Sudeste Asiático e no Oriente Médio, está sendo usado em outras partes do mundo, segundo Douglas Bettcher, coordenador da mesma iniciativa da OMS.

“[O cachimbo de água] está cada vez mais em moda no Ocidente, especialmente entre os jovens, que, como seus pais, acham que seus efeitos não são tão nocivos como o cigarro comum”, explicou Bettcher.

No entanto, o coordenador advertiu que uma pessoa que fuma o cachimbo de água –conhecida como shisha e narguilé– durante uma hora inala fumo equivalente entre 100 e 200 cigarros.

Ao contrário da crença popular, esses cachimbos de água têm nicotina suficiente para criar dependência, mas, por estar menos concentrada, reduz as náuseas e permite que o consumidor consiga ficar mais tempo exposto às substâncias cancerígenas do tabaco e a gases perigosos, como o monóxido de carbono. Além disso, esses cachimbos de água geralmente são compartilhados com desconhecidos, o que aumenta o risco de se contrair outras doenças como herpes, hepatite ou até tuberculose.

Em relação ao fumo de mascar, os analistas advertem que essa versão pode causar câncer no cérebro, no pescoço, na garganta e no esôfago, assim como várias doenças bucais e dentais muito graves. O fumo de mascar causa 90% de todos os casos de morte por câncer na Índia, segundo a OMS, que relata que outros produtos como os “kreteks” (cigarros doces que misturam fumo e cravo) e os “bidis”, feitos à mão e com aromas exóticos, típicos da Índia, são
erroneamente considerados mais saudáveis.

Para fumar esse tipo de cigarro, é necessário que se trague mais rapidamente, o que significa maior absorção de nicotina, enquanto a de alcatrão chega a triplicar.Sobre os puros, a OMS adverte que alguns possuem tabaco suficiente para 20 cigarros e que, inclusive os que não tragam, têm entre duas e cinco vezes mais chances de ter câncer de pulmão.

O problema desse tipo de produtos relacionados ao tabaco é que mal estão regulamentados, e não existem estudos globais que reflitam como prejudicam a saúde da população. Além disso, como têm “melhor reputação” do que os cigarros, “a indústria do fumo reforça a comercialização deste tipo de produto para atingir um novo público, que de outra forma poderia escapar”, disse Bettcher.

Esse é o caso, por exemplo, das mulheres de certos países, muitos deles árabes, onde “é errado que fumem cigarros, mas não que usem shishas (cachimbos de água)”.

Por isso, os especialistas advertem que os números sobre os efeitos nocivos do fumo (que mata uma pessoa a cada 6,5 segundos) são relativos apenas aos fumantes de cigarros, e não às milhões de pessoas que consomem o fumo de outras formas.

A OMS calcula que, dos 1,3 bilhão de pessoas que fumam cigarro no mundo, pelo menos a metade morrerá por causa da dependência.

Fonte: [url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u96510.shtml]www.folha.com.br[/url]

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