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Neurocirurgia corrige sintomas do mal de Parkinson

O contínuo avanço da tecnologia tem propiciado mudanças em diversas abordagens cirúrgicas. É o caso da estereotáxica, cuja função é corrigir os sintomas do mal de Parkinson. Utilizada em grande escala, na década de 50, a técnica caiu em desuso com o advento de terapias medicamentosas à base de dopamina. O método cirúrgico, no entanto, tem sido a opção dos especialistas para os pacientes que deixam de responder aos medicamentos ou desenvolvem complicações pelo uso prolongado das drogas, como as discinesias – movimentos involuntários anormais. Isso tem permitido maior precisão, segurança e eficácia no tratamento.
O contínuo avanço da tecnologia tem propiciado mudanças em diversas abordagens cirúrgicas. É o caso da estereotáxica, cuja função é corrigir os sintomas do mal de Parkinson. Utilizada em grande escala, na década de 50, a técnica caiu em desuso com o advento de terapias medicamentosas à base de dopamina. O método cirúrgico, no entanto, tem sido a opção dos especialistas para os pacientes que deixam de responder aos medicamentos ou desenvolvem complicações pelo uso prolongado das drogas, como as discinesias – movimentos involuntários anormais. Isso tem permitido maior precisão, segurança e eficácia no tratamento.
A equipe de neurocirurgia do Hospital São Luiz, em São Paulo, por exemplo, vem usando com êxito a cirurgia estereotáxica. Um aparelho é fixado no crânio do paciente, depois disso, os especialistas demarcam pontos específicos e, alguns cálculos depois, delimitam exatamente o alvo.

“A cirurgia é a mesma. A diferença é que, antigamente, tudo era feito com raio X comum e, hoje, usamos tomografia e ressonância magnética para obtenção da imagem. Além disso, um software ajuda a calcular o local exato da aplicação”, compara Fernando Ferraz, neurocirurgião do Hospital São Luiz.

O procedimento é complexo, mas os médicos usam apenas anestesia local. Durante a cirurgia, é introduzido um eletrodo, acoplado a um gerador de radiofreqüência, até o alvo escolhido. A ponta desse eletrodo é aquecida de forma a promover uma lesão – que destruirá as células que não estão funcionando de forma adequada por conta da doença. Embora o termo lesão possa assustar, não há porque ficar preocupado. Ela vai ocorrer somente nos núcleos que estão envolvidos no mecanismo que provocam os sintomas.

O uso da anestesia local não é ao acaso. Com o paciente acordado, os médicos garantem com que a lesão seja precisa. Através de uma estimulação elétrica, é checada a reposta para saber se o local correto está sendo atingido.

Com garantia de melhora imediata, a lesão é de acordo com o quadro do paciente. O especialista do São Luiz já aplicou a técnica em 200 pessoas e afirma que ela é totalmente segura. De acordo com ele, observou-se que os sintomas foram minimizados. “Após a cirurgia, é necessário passar por reabilitação física e da fala. O medicamento continuará sendo utilizado de acordo com a necessidade. É bom frisar que até 10% dos pacientes podem não responder positivamente e, cerca de 3% podem ter complicações neurológicas”, esclarece Manoel Jacobsen, professor de neurocirurgia da Universidade de São Paulo (USP) e Chefe de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas de São Paulo (HCSP).

Normalmente, são indicados para cirurgia pacientes que tiveram boa resposta com os medicamentos, mas que passaram a desenvolver complicações, ou aqueles que nunca responderam. “O primeiro tratamento para Parkinson é sempre o remédio. Quando há falhas, consideramos a cirurgia. Para isso, é preciso haver tremor e rigidez predominantes de um lado do corpo. Se esses sintomas estiverem nos dois lados, serão necessárias duas cirurgias”, avisa Ferraz.

O especialista lembra que o mal de Parkinson é uma patologia de diversos sintomas. Desta forma, além dos dois citados acima, o paciente pode apresentar alterações na fala, escrita e equilíbrio, situações que não seriam corrigidas com o procedimento cirúrgico. O neurocirurgião do HCSP, no entanto, diz que, dependendo da técnica e de onde for feita a lesão ou instalado um dispositivo, os demais sintomas podem ser melhorados também. “O movimento lento é um dos maiores problemas, e a cirurgia melhora isso, bem como o tremor e a rigidez muscular”, comenta Jacobsen.

Além disso, Jacobsen ressalta que um dos grandes debates tem sido em torno da acinesia, que é a perda de movimento. Segundo ele, quando se passou a fazer lesão no globo pálido (parte do cérebro responsável por alguns dos sintomas da doença), o problema passou a ser resolvido. Para tanto, o especialista informa que há alguns critérios de seleção para a cirurgia. “Pacientes com problema de pressão arterial, coagulação ou doenças metabólicas precisam, primeiro, solucionar essas patologias para depois se beneficiar da técnica”, orienta. Outras restrições são para quadros de demência e enfarte.

Segundo explicou o neurocirurgião do HCSP, existem duas modalidades cirúrgicas com quatro possíveis alvos. Cada um deles melhora uma parcela ou a totalidade dos sintomas.

POR LESÃO – Esta modalidade é a mesma explicada no início da reportagem e a mais popular. Um eletrodo é introduzido no cérebro, até atingir o alvo desejado, e sua ponta é aquecida. Esse calor vai provocar uma lesão no local e melhorar os sintomas. Os pacientes têm o resultado logo ao final do procedimento.

POR INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVO – Este método consiste na instalação de um eletrodo no cérebro que, ligado a um marcapasso, emitirá estimulações elétricas ao alvo selecionado. Após o implante, o paciente sente uma melhora, mas os resultados finais virão em até quatro semanas.

OS ALVOS POSSÍVEIS – No primeiro método é possível atingir o tálamo e a zona incerta (melhorando tremor e um pouco da rigidez muscular) e o globo pálido (solucionando a redução ou perda de movimentos, a rigidez, o tremor – em menor escala -, e a discinesia). Já a estimulação pelo implante de um dispositivo, além de chegar a esses três alvos, pode estimular o núcleo subtalâmico, melhorando o equilíbrio e a marcha dos pacientes.

Fonte: [url=http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude/2525001-2525500/2525330/2525330_1.xml]ultimosegundo.ig.com.br[/url]

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