RedePsi - Psicologia

Notícias

Guardar lixo pode ser indício de TOC

No bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, a polícia descobriu, em julho, na casa da espanhola Violeta Martinez, mais de 200 toneladas de lixo – de alimentos velhos a caixas com quinquilharias. A estrangeira colecionava lixo havia 20 anos em seu sobrado. Apesar de rica, ela chegava ao cúmulo de pedir tranqueiras na rua.
No bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, a polícia descobriu, em julho, na casa da espanhola Violeta Martinez, mais de 200 toneladas de lixo – de alimentos velhos a caixas com quinquilharias. A estrangeira colecionava lixo havia 20 anos em seu sobrado. Apesar de rica, ela chegava ao cúmulo de pedir tranqueiras na rua.
Na ocasião, especialistas comentaram que Violeta sofreria de TOC, um distúrbio de ansiedade que faz com que as pessoas desenvolvam obsessões, compulsões e rituais estranhos. Segundo Mara Push, psicoterapeuta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), existe a compulsão por armazenagem – o paciente tem dificuldade em descartar objetos, mesmo os que não têm utilidade, alegando que eles podem ser úteis um dia.

Mara, entretanto, alerta. “Há uma diferença entre colecionar e guardar. O colecionador, por exemplo, escolhe moedas raras, pesquisa o assunto, se interessa, mas não deixa de ter uma vida normal.” Quando a pessoa guarda algo e passa a fazer disso uma obsessão, aí vira doença. “Normalmente, se escolhe algo para compensar uma carência, uma falta de afeto. Então aí deixa de ser coleção para ser doença.”

A agente de turismo Lúcia Gama, de 60 anos, tem um armário cheio de cartas, vira sempre os rótulos dos produtos para a parede e não consegue fazer contas sem repetir os cálculos pelo menos cinco vezes. “Não queria acreditar, mas fui a um especialista e descobri que tinha TOC. Hoje, tomo antidepressivos.”

Como nem sempre o paciente que sofre de transtorno obsessivo compulsivo admite ter a doença, os familiares devem ficar atentos a alterações no comportamento das pessoas próximas. Se elas guardam muitas coisas em casa, de forma obsessiva, e perdem a vida social, devem ser encaminhadas a uma consulta com um clínico-geral ou ir a um psiquiatra. Veja outros pontos a serem observados:

– Se a pessoa apenas coleciona algumas cartas ou papéis que tenham valor afetivo, não é um caso alarmante. O mesmo vale para quem tem algumas manias que não mudam sua rotina.

– Quando a pessoa deixa de trabalhar, estudar e sair por causa dos objetos que guarda em casa, ela pode sofrer algum distúrbio.

– É importante observar se o que está sendo guardado realmente tem alguma utilidade prática. Se for lixo, artigos quebrados (como lâmpadas queimadas), há indício de TOC.

Fonte: [url=ultimosegundo.ig.com.br]ultimosegundo.ig.com.br[/url]

Acesso à Plataforma

Assine a nossa newsletter