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O que há “dentro da pele” e como nós conhecemos isto?

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Os estados corporais, i.é, o que a pessoa sente e observa introspectivamente, são as condições de seu próprio corpo. Segundo Skinner (2000, p.23), nosso corpo responde a 3 sistemas nervosos: interoceptivo, proprioceptivo e exteroceptivo, sendo que 2 deles, interoceptivo e proprioceptivo, estão relacionados aos traços internos, e o terceiro, exteroceptivo, está relacionado com os órgãos dos sentidos, e desempenha papel importante na observação de nosso corpo. Estes sistemas, além de suas funções biológicas, acabaram por desempenhar outra função quando do surgimento do comportamento verbal, qual seja, a mediação – o outro como parte fundamental do ambiente e que vai liberar a conseqüência.

A comunidade que pergunta, reforça a auto-descrição, e esse comportamento permite ao falante tornar-se ciente do quê e do porquê ele está fazendo ou dizendo, ou seja, fica ciente de um mundo situado além do alcance de outras pessoas.
Mas, ainda segundo Skinner (2000, p.24), “a própria intimidade que parece conferir um privilégio especial ao indivíduo torna difícil à comunidade ensiná-lo a fazer discriminação”.
Então, como fazer essa discriminação?

A comunidade pode fazê-lo por meio da modelação, dando um modelo a ser observado e seguido para que o indivíduo aprenda comportamentos novos. Mas a comunidade pode fazê-lo, por exemplo, através de acompanhamentos públicos do evento privado, ou seja, observando alguma manifestação pública que acompanha a estimulação privada. Também “respostas verbais adquiridas com respeito a eventos públicos podem ser transferidas a eventos privados com base nas propriedades comuns” (Skinner, 2000, p.283).

Porém, pode-se dizer que, embora a comunidade verbal tente solucionar o problema da privacidade dessa ou daquela maneira, “as técnicas que garantem a fidedignidade de um relato verbal não podem ser usadas como sustentação de uma descrição privada”(Skinner, 2000, p.284) precisa. A comunidade reforçadora não tem poderes para evitar uma distorção do relato, pois, muitas vezes, as variáveis que estão operando enfraquecem o controle de estímulos dessa descrição.

Skinner (2000, p.30) postula que, “as explicações do comportamento variam de acordo com os tipos de respostas aceitas pela comunidade verbal”, e que “o auto-conhecimento é de origem social” (Skinner, 2000, p.31). Então, podemos dizer que as contingências promovidas pela comunidade verbal estabelecem os limites para esse conhecimento, pois tais contingências geram um determinado controle de estímulos.

Bibliografia:
SKINNER, B. F. – Ciência e comportamento humano. Trad. João Carlos Todorov. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

SKINNER, B.F. Sobre o behaviorismo. Trad. Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Cultrix / Ed. Universidade de São Paulo, 2000.

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