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Remuneração variável e considerações do Behaviorismo Radical

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O gerenciamento de recursos humanos tem agregado cada vez mais conhecimentos da psicologia aplicado à Organizações para intervenções em desempenho, motivação, qualidade, treinamento e seleção de Recursos Humanos. Podemos citar à exemplos destas ferramentas o uso de técnica de remuneração variável. Em paralelo a isso, a psicologia ainda debate acerca de diferentes consensos e concepções sobre o que é motivação, o que é personalidade, o que é comportamento, o que é existência, neste sentido, o presente trabalho vai realizar discussões sobre o uso da ferramenta de remuneração variável enquanto estratégia de gestão de Recursos Humanos sobre a ótica na Analise do Comportamento Humano que mantém suas raizes filosóficas no Behaviorismo Radical do americano B.F. Skinner. Os resultados apontam possibilidades de críticas ao indevido uso da ferramneta, o que nos permitirá indicar ou não tal metodologia dentro de uma determinada situação no âmbito organizacional.

Palavras Chaves: Remuneração Variável, Psicologia Organizacional, Analise do Comportamento aplicado à Organizações, Behaviorismo Radical

INTRODUÇÃO

Por que os homens agem como agem, ainda pode ser classificada como uma das mais importantes incógnitas de estudo da psicologia. Em seu movimento de transição, formação e desenvolvimento científico, debate-se diferente (s) consenso (s) sobre qual (is) determinante (s) ou variável (is) afeta (am) o comportamento dos indivíduos, qual a raiz de um determinado comportamento, enfim, debatem-se a respeito dos “por quês” dos homens agirem como agem nos ambientes em que freqüentam, na cultura em que estão inseridos, influenciados ou não por uma determinada herança genética”.

Segundo Silva (2003), neste ultimo século, com a inserção da psicologia no campo organizacional, estes “por quês” deixaram de ter um olhar clinico, como por exemplo, o que há de trás dos comportamentos ditos como patológicos ou bizarros para adquirir um olhar organizacional, ou seja, qual (is) arranjo (s) ambiental (is) pode assegurar determinados comportamentos de funcionários para garantir que os objetivos organizacionais de rentabilidade, lucratividade e sustentabilidade sejam alcançados e mantidos?

Para falar de variáveis que possam controlar um determinado comportamento, precisamos compreender o que é comportamento, neste sentido, Skinner (1957), psicólogo americano fundador do behaviorismo radical, filosofia que sustenta a abordagem psicológica da Analise do Comportamento afirma que os homens agem sobre o mundo, modificando-o, e ao faze-lo, são modificados pelas conseqüências de suas ações. Estas interações dos organismos com o mundo são denominados como comportamentos. A exemplo desta e outras idéias das diversas abordagens psicológicas entrelaçando-se com diferentes escolas da administração de empresas, deram origem aos primeiros tópicos e conceitos sobre a motivação humana: Motivação segundo a visão existencial, segundo a visão psicodinâmica, segundo a visão psicofisiológica, e assim por diante.

Analisando um dos conceitos de motivação em seus estudos sobre o Cronic Mildre Stress, Thomaz (2005), citando Millenson (1967), considera que um comportamento fortemente motivado, é aquele que é mantido por um reforçador poderoso, podemos ilustrar o qual era a preocupação de cientistas comprometidos com uma metodologia empírica, pela qual, executavam metodologias para reverter o conceito mentalista de motivação (ou seja, intrínseco) para o modelo comportamental (na relação com o ambiente).

Matos e Tomanari (2002), falando sobre as determinantes do comportamento para Analise do Comportamento afirmam que um comportamento está sempre em reconstrução e deve ser compreendido considerando-se que o organismo vivo sofre influências de contingências filogenéticas (atuando no nível do banco genético das espécies), de contingências ontogenéticas (atuando no nível de repertórios comportamentais dos indivíduos) e de contingências culturais (atuando no nível das práticas grupais de uma cultura ou sociedade.), neste sentido, seguindo o raciocínio de Skinner (1957), onde homens agem sobre o mundo, modificando-o, e ao faze-lo, são modificados pelas conseqüências de suas ações, podem ainda ser afetados por herança genética e práticas grupais em constante movimento, deveriam por tanto, por definição, ter motivações diferentes e compreendidas como fruto de uma história de vida única construída a cada interação entre sujeito meios com o qual interage.

Forisha E Milhollan (1978), quando descrevem a “caixa de Skinner”, um instrumento de trabalho criado pelo autor durante grande parte de sua carreira, devido a sua preocupação com controles científicos, cujo a maioria de suas experiências eram conduzidas com animais inferiores – principalmente pombo e rato branco, onde tipicamente, um rato era colocado dentro de uma caixa fechada que continha apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento, e sempre que o animal apertasse a alavanca sob as condições / critérios estabelecidos pelo experimentador, uma bolinha de alimento caia sobre a tigela, recompensando-o. Após o animal ter fornecido esta resposta, o experimentador pode, segundo o autor, colocar o comportamento deste animal sob controle de uma infinita variedade de estímulos. Além disso, tal (is) comportamento (s) pode (m) ser modelado (s) ou modificado (s) gradativamente até aparecerem respostas que ordinariamente não faziam parte do repertório comportamental do indivíduo. Podemos afirmar que êxito nestes esforços levaram Skinner a acreditar que as leis da aprendizagem aplicam-se a todos os organismos vivos. E mais, experimentos desta natureza, levaram cientistas a acreditar que o fator de motivação não vem do interno, mas sim do externo, ou seja, em qual momento poderíamos afirmar que o rato pressiona a barra pois “acordou motivado”? Ou em que momento a comida tornou-se motivador para que aquele animal irracional, infra – humano pressionasse a barra para obter alimento?

Em toda sua obra, em busca das raízes dos comportamentos, Skinner, trouxe a luz da psicologia o conceito de Contingência. Embora possa ser encontrada no dicionário com diferentes significados, esse termo é empregado na análise do comportamento como termo técnico para enfatizar como a probabilidade de um evento pode ser afetada ou causada por outros eventos, ou seja, pode significar qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais.

Atualmente em Sidman (2003), podemos observar que cientistas vêem seguindo esta mesma linha de raciocínio, ou seja, defende-se que se quisermos entender ou influenciar processos complexos como motivação, memória, aprendizagem, percepção, interação social, desenvolvimento da personalidade, cognição e linguagem, um primeiro passo é identificar contingências de reforçamento que são fundamentais para cada um deles.

Pires (1995) representando algumas visões generalistas da psicologia sobre a motivação como as de: A. Maslow, D. Mc Gregor e F. Herzberg confirmam a postura do psicólogo industrial, em fase de transição ao âmbito organizacional, deparando-se constantemente com paradigmas de determinantes de fatores motivadores como intrínseco e / ou extrínseco. Nesta linha, o presente trabalho, objetiva abordar através do papel da remuneração variável na motivação de organismos sobre a ótica comportamental, por tanto, para introdução, foram citados os autores: Silva (2003), Skinner (1957), Thomaz (2005), Matos e Tomanari (2002), Forisha E Milhollan (1978), que concentram importantes conceitos, definições e princípios que ajudarão a falar / argumentar sobre o conceito de motivação para Análise do Comportamento, para posteriormente, discutirmos as possíveis conseqüências da técnica cujo o principal objetivo é o de motivar funcionários.

PARADIGMAS DA MOTIVAÇÃO PSICODIÂMICA X MOTIVAÇÃO BEHAVIORISTA

Num processo revolucionário para um determinado contexto histórico, Freud (1856-1939), questiona os tão utilizados dados fisiológicos e neurológicos da psicologia da época rompendo-os com a descoberta do aparelho psíquico e sua dinâmica. Neste momento, esforços foram concentrados para valorizar de maneira científica aquilo que passa a ser chamado de “conteúdo psíquico”, constituído pelos acontecimentos vividos e que ao decorrer da história de vida de cada sujeito, organizariam-se no inconsciente e consciente de cada indivíduo.

Pires (1995) aponta que do ponto de vista desta escola psicodinâmica, tais registros de fatos passados são impregnados de valorização afetiva, sendo estas positivas ou negativas, cabendo a eles orientar a percepção que uma pessoa tem sobre o mundo externo. Tais registro são por tanto, de extrema importância para explicar o comportamento dos indivíduos.

Na escola psicanalítica de Freud, os comportamentos ditos como motivados ou motivacionais, são caracterizados por motivos fruto de história passada, onde cada aparelho psíquico deve ser compreendido como sujeito único, com experiências únicas, influenciados por emoções, instintos, e disposição de seu aparelho psíquico.

Tal escola, segundo Pires (1995) defende ainda que embora alguns motivos sejam inatos enquanto outros são de natureza adquirida, todos eles são influenciados e modelados pelas experiências que o sujeito passa ao longo de sua vida e pela cultura ao qual está inserido.

Motivação dentro deste contexto, é por tanto, considerada como um conjunto de necessidades, metas ou desejos que provocam a ação de um organismo a fazer algo, onde a explicação para sujeitos motivados é buscada em determinantes internos e subjetivos.

Pires (1995), afirma ainda que os processos motivacionais da escola psicanalítica freudiana ganharam um grande espaço nos âmbitos organizacionais como sendo compreendidos: A) Ambiente ativa energia psíquica do sujeito para satisfazer uma determinada necessidade; B) Sujeito se comporta emitindo respostas (com o intuito de investir energia nele mesmo – satisfazer suas necessidades) e C) Redução de necessidades.

Nesta visão, podemos observar algumas semelhanças com a visão do behaviorista B.F. Skinner x escola psicanalítica de Freud, onde: A) Ambiente evoca uma determinada resposta; B) Sujeito emite resposta com probabilidade de reforçamento e C) sujeito é consequenciado pela emissão de sua resposta, sendo que toda esta interação é fruto de uma história de reforçamento única de cada organismo, influenciada por determinantes ontogenético, filogenético e cultural.

Miguel (2000) quando escreve sobre o conceito de “operação estabelecedora para análise do comportamento”, traz subsídios para ilustrar algumas diferenças sobre os conceitos de motivação entre a escola psicanalítica e a escola behaviorista para posteriormente, concluirmos a funcionalidade da remuneração variável sob a ótica comportamental como ferramenta para motivação de funcionários.

Segundo este autor, no exemplo de alimentos como instrumentos de motivação, temos dados concretos na literatura da análise experimental do comportamento para afirmar que estes só assumem função de reforçadores (motivadores), pois ouve uma história de privação naquele organismo para que o estímulo “comida”, evoque comportamentos desejados, além do pré – requisito de que o organismo precisa ser sensível a este estímulo, ou seja, quando acabamos de almoçar feijoada, por exemplo e estamos saciado, dificilmente um outro prato de feijoada nos motivará, ou ainda, se não somos sensíveis a feijoada, nem chegaremos a come-la.

O conceito de operação estabelecedora, segundo Miguel (2000), visa propiciar a compreensão de diversos e complexos processos motivacionais, sem que recorramos a explicações internalistas, em outros exemplos, a água motiva o rato na caixa de Skinner, pois além do organismo ser sensível ao estímulo “água”, o animal estava privado deste estímulo. Quando uma pessoa é motivada a fazer algo, tal comportamento pode ainda, estar sob controle de diversas contingências e reforçadores, a exemplos de reforço generalizado (dinheiro, atenção, etc.), privação de um determinado estímulo (exemplo do alimento / água), ser ou não sensível aos estímulos usados como agente motivador (feedback, comissões, água, premiações, bonificações, salário e remuneração, etc.), enfim na escola behaviorista, ao invés de atribuirmos status motivacionais a energias de estrutura psíquica, atribuí-se probabilidades de motivação compatíveis com cada repertório comportamental.

Podemos observar que tanto na escola psicanalítica como na behaviorista, pré – definir algo como motivador, como por exemplo, “remuneração variável será motivador para todos os funcionários” é contradizer o fluxo da dinâmica da psique e a história e construção de repertórios comportamentais de cada organismo. Neste sentido, será abordado ao longo do artigo a utilização da ferramenta “remuneração variável” em paralelo aos cuidados psicológicos necessários e não aos objetivos administrativos oriundos das escolas de administração científica.

MOTIVAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL E O USO DA REMUNERAÇÃO VARIÁVEL

Influenciados pelo capitalismo, globalização, políticas de qualidade e outras fatores da administração do século XXI, os Gestores organizacionais se vêem obrigados a unificar recursos humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e mercadológicos para atingir a ultrapassar a fronteira de negócios e rentabilidade empresarial.

Um gerente pode responder sozinho pela produção de uma determinada área, mas não pode sozinho executar a produção desta área, neste sentido, as empresas contam com os Recursos Humanos, hoje também chamado de colaboradores, para atingir as metas de produção de bens e serviços.

Tais colaboradores se submetem a contingências de trabalho pois são consequenciados por inúmeros reforçadores: salários, status social e profissional, benefícios, elogios, autonomia financeira, dentre outros estímulos. Neste contexto podemos afirmar que a motivação está presente nas contingências que mantém estas pessoas acordando todos os dias em um determinado horário, fazendo uma determinada atividade que em algumas vezes “não gostamos”, recebendo alguns reforçadores a longo prazo (salário), se relacionando com determinadas equipes, enfim, motivação neste recorte, não seria sinônimo de algo positivo, em outras palavras, quando não gosto do meu emprego e continuo indo trabalhar, devo me perguntar: “o que me motiva a fazer o que não gosto?”…Muitos responderiam que precisam se sustentar, e mais uma vez a concepção de Skinner amplia o conceito de motivação.

Quando dizemos que somos obrigados, por que precisamos, temos que fazer aquilo, estamos falando que o ambiente evoca os nossos comportamentos, ou seja, não precisamos recorrer a explicações mentalistas para justificar como um indivíduo se comporta. A partir do momento em que consideramos a relação entre sujeito – ambiente, adquirimos dados e variáveis que nos permitem modelar o comportamento dos sujeitos, conforme apontam Forisha E Milhollan (1978) ao citarem as características de uma caixa de Skinner.

Hampton (1990) parece concordar com a linha de raciocínio de Pires (1995) quando aborda as contribuições de psicólogos organizacionais como A. Maslow, D. Mc Gregor e F. Herzberg e suas diferentes concepções de motivação, porém ao abordar as técnicas de motivação, estas estão mais semelhantes aos conceitos behavioristas de mudanças de comportamento a exemplos de: generalização do dinheiro como fator motivacional (parece que estaria aqui representando o papel do reforçamento positivo, proposto por Skinner na análise do comportamento), feedbacks gerenciais como forma de alinhar comportamentos inadequados, dentre outras ferramentas julgadas e classificadas como reforçadores para modelagem de comportamentos desejados.

Para fazer uma adequada gestão de pessoas, Silva (2003) aponta que é necessário conhecer as máximas variáveis acerca do comportamento dos indivíduos, frente as diversas teorias que se propõe a compreender o fenômeno “motivação”, o que mantém, enfraquece ou extingue determinados comportamentos, o autor baseou sua obra na literatura da análise do comportamento que entende como comportamento humano, a relação entre sujeito e ambiente, onde o homem age no meio e esta resposta retroage sobre seus comportamentos, ou seja, quando eu abro a torneira, cai a água, quando eu faço movimentos com o lápis no papel, ele escreve, quando estendo a mão para outra pessoa, ela estende para mim, se eu chego atrasado no serviço, levo bronca, se eu consumo bebida alcoólica, fico alcoolizado, e assim por diante.

Segundo FORISHA e MILHOLLAN (1978), os eventos ou estímulos que seguem uma resposta e tende à reforçá-lo ou aumentar a probabilidade de ocorrência desta resposta, são chamados de reforçadores.

Skinner (2000), defende que a única maneira de dizer se um dado evento é reforçador ou não para um organismo sob dadas condições, é fazer um teste direto, ou seja, observamos a freqüência de uma resposta selecionada, depois tornamos um evento a ela contingente e observamos qualquer mudança na freqüência, se houver mudanças, classificamos o evento como reforçador para o organismo sob as condições existentes.

Outra diferença entra a concepção psicodinâmica x concepção behaviorista da motivação pode ser observada nas colocações acima citadas por Skinner (2000), onde dando continuidade, tal diferença é indicada pelos critérios da lei do efeito que não é e nunca será uma teoria, ou seja, é simplesmente uma regra para fortalecer o comportamento: Quando reforçamos uma resposta e observamos uma mudança na sua freqüência, podemos relatar facilmente e em termos objetivos o que aconteceu. Mas ao explicar por que aconteceu, estaremos provavelmente recorrendo a teoria. Por que um reforçador reforça? Uma teoria, é que o organismo repete uma resposta por que acha sua contingência “agradável” ou “satisfatória”. Mas em que sentido esta explicação se enquadra entre aquelas próprias de uma ciência natural? Aparentemente, “agradável” e “satisfatória” não se referem a propriedades físicas de eventos reforçadores, desde que as ciências naturais não usam estes termos, nem quaisquer equivalentes. Os termos, segundo Skinner (2000) devem conter referência a um certo efeito sobre o organismo, por tanto, reforçador é todo evento que afeta uma resposta.

Skinner (2000) sugere que o reforço é eficaz por que reduz um estado de privação, ou seja, como a maioria de seus experimentos foram com animais infra – humanos, observou que quanto mais faminto um pássaro, mais vezes responde como resultado do reforço, e assim acontece conosco, quanto mais privado de dinheiro, mais ele nos motivará, quanto mais privado de atenção, mais ela será reforçadora, quanto mais privado da presença de nossos pais, mais sua presença nos será reforçadores.

Tratando-se do uso da ferramenta de remuneração variável, a gestão de pessoas, deveria-se levar em consideração se a implementação desta funcionaria como reforçadores de comportamentos ou não, se houve operação estabelecedora (privação) ou não.

Imagine que você acabou de almoçar e comeu mais do que precisava, logo se sente com aquela sensação de “cheio”, de satisfeito, nesta situação, dificilmente um prato de comida do mesmo alimento o motivará a fazer algo. Já em outra situação, o chefe afirma que quanto mais horas extras você fizer, maior a chance de ser promovido, neste caso, se mudança de função for o motivo de suas privações, a contingência de promoção de cargo irá motiva-lo.

Em remuneração variável por tanto, podemos afirmar seguindo este raciocínio, que o dinheiro motivará o sujeito conforme estiverem privados, privações que são frutos de diferentes e únicas histórias de vida entre sujeitos – ambiente, histórias que se não forem levadas em consideração por Gestores de Remuneração e Recursos Humanos, podem comprometer todo os objetivos das estratégias de RH, coligadas ao uso de remuneração variável.

CONCLUSÃO

Será de grande importância que profissionais coligados a Divisão de Recursos Humanos das empresas relatem experiências com a prática de remuneração variável. Neste artigo, através das considerações de Skinner (1957;1992;2000), Pires (1995), Thomaz (2005), Sidman (2003) e demais autores, sobre a concepção da Analise do comportamento sobre motivação e comportamento, tentou-se aguçar um olhar crítico sobre a prática / uso da ferramenta de gestão variável, ressaltando variáveis que podem comprometer a qualidade da mesma, a exemplo da história de vida, história de privação, operação estabelecedora, dentre outros conceitos.

Na literatura que aborda o tema motivação, há ricas discussões e posições das abordagens psicodinâmicas, behavioristas e administrativas (científica, humanista, dentre outras) que podem contribuir para reforçar a importância de tais considerações.

As práticas da psicologia no âmbito organizacional, assim como na clinica, na educação, no trânsito, dentro os mais diversos campos de atuação permitem-se à críticas, neste sentido, este trabalho objetivou realizar uma crítica ao uso de remuneração variável, que separado das determinantes do comportamento (História genética, história de vida, história cultural), podem não apresentar os resultados desenhados e/ou esperados pela alta administração.

Analistas do comportamento que atuam no âmbito organizacional podem ainda, correlacionar esta ferramenta com os conceitos de esquemas de reforçamento, dando continuidade a esta crítica, dando origem a outros trabalhos, enfim, solidificar o conhecimento da Psicologia experimental aplicado às organizações.

BIBLIOGRAFIA

Hampton, D. R. (1990). Administração e Comportamento Organizacional. Editora Makron Books: São Paulo/SP

Matos, M. A e Tomanari, G.Y (2002). A análise do comportamento no laboratório didádico. Editora Manole: Barueri. Cap. I e II.

Milhollan, F e. Forisha, B.E. (1978). Skiner & Rogers: Maneiras contrastantes de encarar a educação. Editora Summus: São Paulo. 8º edição.

Miguel, F.M (2000). O conceito de operação estabelecedora na Análise do Comportamento. Psicologia: Teoria e pesquisa. Vol. 16 Pag. 259-267 nº3

Pires, P.C (1995). Automotivação: como despertar esta energia e transmití-las às pessoas. Editora Campus: Rio de Janeiro/RJ.

Sidman, M. (2003). Coerção e suas implicações. Editora Livro Pleno: Campinas/SP

Silva, B.B.A. (2003). Fatores motivacionais e Lócus de controle: estudos de gerentes em instituições bancárias. Trabalho de conclusão de curso para o título de mestre em gerência empresarial e de negócios: Taubaté

Skinner, B.F. (2000). Ciência e comportamento Humano, Editora Martins Fontes: São Paulo

Skinner, B.F. (1957/1992). Verbal Behavior. Action, Massachussets: Copley.

Thomaz, C. R. C. (2005). O efeito da submissão a estressores crônicos e moderados. Editora PUCSP: São Paulo

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