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Apologia da anorexia infesta blogs na web

A internet potencializa problemas como a anorexia e a bulimia, diz estudo recém-concluído pela ONG [i]Seu Abrigo[/i].
A internet potencializa problemas como a anorexia e a bulimia, diz estudo recém-concluído pela ONG [i]Seu Abrigo[/i].
A internet potencializa problemas como a anorexia e a bulimia, diz estudo recém-concluído pela ONG Seu Abrigo. A entidade visa proteger crianças e adolescentes de distúrbios alimentares. Segundo informações da Folha On-line.

O levantamento identificou 50 weblogs (diários virtuais) e 120 páginas do Orkut (site de relacionamentos) mantidos por brasileiros em que há troca de informações sobre as doenças – como dietas ou orientações de como se comportar como uma anoréxica ou bulímica. “É um cenário que possibilita a articulação entre os indivíduos no sentido de afirmar a patologia”, diz no estudo a diretora-executiva da ONG, Ana Helena Soares, pesquisadora da Fundação Fiocruz. “A doença esvazia seu significado problemático e passa a ser associada como uma marca de identidade”, diz.

O estudo, finalizado na semana passada, segue o mesmo modelo do adotado pela ONG espanhola Protegeles, que foi publicada pela Defensoria do Menor da Espanha. O levantamento brasileiro apontou que 67% dos usuários dos weblogs que fazem apologia a anorexia ou a bulimia têm entre 13 e 17 anos de idade e são, em sua maioria, do sexo feminino. A baixa faixa etária, segundo o estudo, indica que atualmente há “uma ameaça para os menores” na internet do País.

As jovens modelos, conhecidas como “new faces”, viraram o alvo principal do programa de acompanhamento nutricional feito pelo Centro de Atendimento e Apoio do Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

O centro, que existe há dez anos, reuniu-se com seis agências de modelos em setembro passado para discutir a condição dessas jovens. Um dos acordos firmados é que as empresas se comprometessem a encaminhar as modelos novatas para o ambulatório, para avaliações.
“As novatas são mais fáceis de acompanhar, por isso esse foco”, disse o coordenador do centro, Mauro Fisberg. “É difícil acompanhar as que vão para o exterior. Assim, elas ficam mais desprotegidas.”

Foi o caso de Ana Carolina Reston Macan, 21, morta anteontem após sofrer com a anorexia. A agência dela, a L”Equipe, participa do convênio com a Unifesp, mas Ana Carolina possuía um perfil que dificulta o acompanhamento: a idade e as constantes viagens. Por isso, a jovem não foi avaliada.

Em média, de cinco a oito modelos passam pelo ambulatório da Unifesp todas as semanas. “Pela exigência do mercado, elas têm um comportamento de risco. Mas até hoje nunca diagnosticamos uma anoréxica”, afirmou Fisberg.

Mais do que uma questão estética, a anorexia – que é mais comum entre mulheres jovens – se revela como uma distorção da auto-imagem. É o que explica o psiquiatra Marupiara Guerra, chefe da Clínica de Psiquiatria do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém.

Como exemplo, ele lembra que a anorexia já era citada em escritos da Grécia antiga, o que a coloca como uma doença histórica. “É claro que existe uma pressão pela busca do corpo perfeito. Mas essa é uma condição patológica, que remonta à Antigüidade”, afirmou Marupiara. “A menina se vê disforme, monstruosa. E aí não entra apenas a beleza estética, mas também o bem-estar dessa pessoa.”

Segundo Marupiara, a insatisfação com o corpo fica evidente em pequenos comentários do dia-a-dia, comportamento que pode ser tido como normal desde que não seja obsessivo. “Mas quando a pessoa diz que já comeu e ninguém a vê comer, e se quando ela come a quantidade é excessivamente pequena; se ela não menstrua mais, por causa da anemia intensa, já que o organismo se preserva, são alguns sintomas da anorexia”, explicou.

No período inicial da doença, o corpo começa a retirar da gordura as proteínas que necessita. Posteriormente, os músculos são os atingidos. Quando o quadro se agrava, a falta de proteína pode levar à insuficiência renal. Com pouco líquido circulando, os rins param e a resistência cai. O coração também é afetado pela redução da circulação sangüínea.

Fonte: [url=http://www.abpbrasil.org.br/clipping/exibClipping/?clipping=3451]www.abpbrasil.org.br[/url]

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