Uma jovem de 23 anos morreu vítima de complicações decorrentes da anorexia em Jaú (296 km de SP). Beatriz Cristina Ferraz Lopes Bastos, 23, chegou a ser levada à Santa Casa de Jaú, cidade onde vivia, mas não resistiu e morreu.
Uma jovem de 23 anos morreu vítima de complicações decorrentes da anorexia em Jaú (296 km de SP). Beatriz Cristina Ferraz Lopes Bastos, 23, chegou a ser levada à Santa Casa de Jaú, cidade onde vivia, mas não resistiu e morreu.
Segundo amigos, ela, que media 1,57 m, pesava pouco antes de morrer cerca de 35 quilos.
De acordo com Leandro Murgo, 26, ex-namorado de Beatriz, ela foi diagnosticada como anoréxica em 2003, quando ficou internada na Santa Casa por duas semanas. Ex-obesa, Bia –como era conhecida– tinha problemas de excesso de peso desde a adolescência. Segundo Leandro, ela chegou a pesar cerca de cem quilos.
“Quando namorávamos, ela já dizia que não queria comer nada. Chegava a passar um dia inteiro sem colocar nada na boca”, disse o rapaz.
Amiga de Bia e parente de Leandro, Geovana Murgo, 25, contou que era preciso “brigar com ela para que comesse”. “Uma vez, fomos a um churrasco e ela se recusou a comer. Disse que não gostava de carne vermelha”, afirmou.
Em sua página no Orkut, Bia se define como uma pessoa “amiga, companheira” e alegre. E ainda escreve: “quando fiquei muito dodói, percebi quem eram meus amigos de verdade; por isso digo lute pela vida, não desista jamais”.
Bacharel em Letras pela Faculdade Integrada de Jaú, Beatriz Bastos também era formada em piano e teclado e era responsável por dados históricos da cidade de Jaú publicados no site da Câmara Municipal.
Ela era colunista no site Jauinfo, que traz informações sobre a cidade de Jaú. Na página da internet, ela aparece como colunista em língua portuguesa. Em seus artigos, Beatriz escrevia sobre história e literatura. Sua última coluna foi publicada em 2005.
Em seu perfil na comunidade de relacionamento Beltrano, Bia define-se como “magra”. Sobre o prato preferido, colocou apenas: “peixe”. O perfil de Bia mostra-a em sete fotos –em três delas, aparece em pose glamurosa. Entre as coisas que odiava, escreveu: “gente cretina”. Declarou ter piercings no nariz, orelha e umbigo.
No dia 14 de novembro, a modelo Ana Carolina Reston morreu aos 21 anos em decorrência de complicações decorrentes da anorexia. Ana Carolina morreu com cerca de 40 quilos –em 1,72 m de altura.
A morte da modelo, com repercussão na mídia internacional, reavivou o debate em torno de medidas voltadas a evitar os efeitos da “ditadura da moda”.
A Espanha já havia proibido de desfilarem modelos com um índice de massa corpórea (IMC) inferior ao considerado saudável.
Dois dias depois da morte de Ana Carolina, a universitária Carla Sobrado Casalle, 21, morreu em Araraquara (273 km de São Paulo) de complicações provavelmente decorrentes de anorexia nervosa. Carla, com 1,74 m e 55 kg, passava por tratamento havia cinco anos e estava internada. Ela fazia uso de remédios para emagrecer em grande quantidade.
Depois dos dois casos, as maiores agências do país decidiram passar a exigir atestado médico e exame de sangue para contratar novas modelos.
A anorexia é um transtorno alimentar no qual a busca por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perder peso, provocando um exagerado emagrecimento.
O tratamento requer ajuda psiquiátrica e um grupo de várias especialidades médicas tem de atuar, com endocrinologista, nutricionista, psiquiatra e clínico-geral.
Fonte: [url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u129765.shtml]Folha online – Cotidiano[/url]