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ABP assina carta de princípios sobre TDAH

Indivíduos que possuem o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade têm mais chances de desenvolver outros transtornos psiquiátricos.
Indivíduos que possuem o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade têm mais chances de desenvolver outros transtornos psiquiátricos.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma doença grave, reconhecida por entidades competentes e que traz prejuízos consideráveis para seus portadores. Por isso eles e seus familiares, profissionais de saúde, educadores e empregadores têm deveres e direitos especiais, que possibilitam melhor convivência com o transtorno. Essa é a proposta central da carta de princípios sobre o TDAH produzida pela Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) e assinada recentemente pela ABP.

Estudos realizados nos EUA demonstram que os portadores têm mais chances de desenvolver transtornos psiquiátricos (como depressão e ansiedade), abuso e dependência de drogas, maior freqüência de acidentes, maiores taxas de desemprego e divórcio e menos anos completados de escolaridade.

Segundo o psiquiatra Paulo Mattos, presidente da ABDA, o objetivo do documento é informar a população comum e a sociedade médica sobre o transtorno. “Atualmente, apesar das campanhas educativas promovidas por entidades médicas como ABP e ABDA, somente 10% dos portadores do país buscam tratamento”, explica. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha juntamente com a ABDA e financiada pelo laboratório Novartis comprova que a população recebe informações em número baixo e de má qualidade. Dos 2.117 entrevistados, 91% disseram desconhecer a doença.

O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo durante sua vida adulta. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. A pesquisa mostrou o desconhecimento da população sobre as causas da doença: 65% dos entrevistados acham que o transtorno é causado porque os pais são ausentes, 23% acreditam que pode-se conviver com o TDAH sem tratamento e 19% disseram que a criança hiperativa precisa de “umas boas palmadas”. O presidente da ABDA reforça a necessidade de esclarecimento sobre o assunto. “O TDAH existe. Não é algo inventado pelos laboratórios ou uma conseqüência da sociedade moderna. É um transtorno médico verdadeiro. Há estudos recentes que comprovam inclusive alteração no funcionamento cerebral”, explica.

“A pesquisa foi feita para sabermos qual a percepção da comunidade e dos profissionais que lidam com o transtorno em relação ao TDAH. O resultado foi muito ruim, mas era o esperado. É necessário informar não somente a população, mas também médicos, educadores e psicólogos”, afirma Mattos. Alguns números surpreendem: 59% dos educadores e 43% dos psicólogos disseram que o TDAH é causado por pais ausentes e que não impõe limites.

Segundo Paulo Mattos, os dados levantados pela pesquisa e a parceria com a ABP podem colaborar com a difusão do assunto. “Com a chancela de entidades isentas e reconhecidas como a ABP e outras sociedades médicas, o nosso documento tem mais força de argumentação na mídia”, declarou. Para ele, é importante que portadores, familiares, educadores e profissionais de saúde que convivem com o transtorno conheçam as necessidades e os tratamentos especiais indicados para o TDAH.

Fonte: [url=http://www.abpbrasil.org.br/noticias/exibNoticia/?not=391]ABP[/url]

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