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Estudo diz que computadores estimulam produtividade

Dinheiro investido em tecnologia de computação gera ganhos de três a cinco vezes superiores aos de outros investimentos, em termos de produtividade dos trabalhadores, de acordo com um estudo que está sendo publicado hoje nos Estados Unidos. Mas o estudo também concluiu que o setor de tecnologia de informação, em si, provavelmente não deve representar grande fonte de empregos novos.
Dinheiro investido em tecnologia de computação gera ganhos de três a cinco vezes superiores aos de outros investimentos, em termos de produtividade dos trabalhadores, de acordo com um estudo que está sendo publicado hoje nos Estados Unidos. Mas o estudo também concluiu que o setor de tecnologia de informação, em si, provavelmente não deve representar grande fonte de empregos novos.
O relatório de 69 páginas é um estudo amplo sobre o papel que a tecnologia da informação desempenha na economia, e se baseia em avaliações de pesquisas existentes e em análises conduzidas por seus autores. O estudo foi realizado por uma organização de pesquisa criada um ano atrás, a Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação, cujo trabalho é patrocinado por empresas como IBM, Cisco Systems e eBay, pelo sindicato dos trabalhadores de empresas de telecomunicações dos Estados Unidos e por verbas concedidas por outras fundações. O texto completo estará disponível em http://www.itif.org.

O estudo conclui que a importância econômica da tecnologia da informação se baseia menos na tecnologia em si do que na capacidade do hardware, software e serviços de computação para transformar outros setores da economia.

A política pública, de acordo com o estudo, deveria ter por foco menos os incentivos ao uso de determinados produtos de tecnologia ou a ajuda a determinadas empresas do que o encorajamento às forças de mercado para que acelerem o ritmo de mudanças propelidas pela tecnologia em todos os setores.

Em entrevista, Robert Atkinson, o presidente da fundação, mencionou a saúde, o setor de energia e o de transportes como setores que poderiam ser beneficiados pela tecnologia de computação. No caso da saúde, por exemplo, o governo federal norte-americano vem instando as empresas a definir padrões para a troca de informações sobre pacientes e tratamentos, como um primeiro passo em direção à construção de uma rede nacional de informações sobre a saúde.

O plano Medicare de assistência médica federal e grupos de pressão setoriais vêm agindo para impor aos hospitais e clínicas padrões que permitam mensurar e reportar seu desempenho no que tange a cumprir as normas de segurança e as metas de sucesso quanto à saúde de pacientes. Para realizar esses objetivos, os prestadores de serviços de saúde deveriam adotar em volume cada vez maior as modernas ferramentas de computação.

“A questão de política pública é como promover a transformação digital nesses outros setores”, disse Atkinson. “Não estamos falando em incentivos fiscais para a IBM, Cisco ou outras empresas de tecnologia”. Atkinson, ex-diretor de projeto no Serviço de Avaliações Tecnológicas do Congresso, estava trabalhando recentemente como diretor do programa de políticas tecnológicas do Instituto de Política Progressista, uma organização de pesquisa centrista, ligada ao Partido Democrata.

O relatório aponta que o emprego no setor de computação se recuperou um pouco, depois de uma queda acentuada que se seguiu ao estouro da bolha no setor de Internet, em 2000, e hoje atinge a marca de 3,76 milhões de trabalhadores. Ainda assim, segundo o estudo, o potencial de crescimento do emprego no setor é limitado.

“No futuro”, afirma o relatório, “é improvável que o setor de tecnologia da informação produza ganhos de emprego desproporcionais ao seu tamanho. Isso se deve em parte ao fato de que o setor de tecnologia da informação mesmo vem registrando fortes ganhos de produtividade, o que permite que sua produção cresça com número menor de trabalhadores”.

O relatório alega que, em lugar disso, o ganho no emprego virá mais e mais de setores que usam de maneira inteligente a tecnologia da informação, da mesma maneira que o emprego no setor ferroviário terminou por se estabilizar, no século 19, mas o desenvolvimento de uma rede de transporte conduziu à ascensão de cadeias nacionais de varejo e outros setores econômicos até então desconhecidos. O setor de serviços, que emprega 80% da força de trabalho norte-americana, deve gerar a maior parte dos empregos futuros, nos Estados Unidos.

A parte mais provocante e controvertida do estudo, intitulado “Digital Prosperity: Understanding the Economic Benefits of the Information Technology Revolution” (prosperidade digital: compreendendo os benefícios econômicos da revolução na tecnologia da informação), é sua crença em que ganhos extraordinários de produtividade podem derivar de investimentos em tecnologia de computação, e seu foco em políticas voltadas aos setores econômicos.

O relatório menciona estudos para sustentar sua alegação de que os benefícios de produtividade são desproporcionais ao investimento, mas muitos economistas não estão convencidos. “Pode ser que investimentos nessa área ofereçam mais retorno do que outros investimentos, mas ainda não existem provas concretas, em minha opinião”, disse Robert E. Litan, economista e diretor de pesquisa e política pública na Fundação Ewing Marion Kauffman.

Os economistas tendem, igualmente, a encarar com ceticismo a adoção de políticas industriais setorizadas, porque elas se assemelham às iniciativas de política industrial adotadas na Europa e em outras regiões, depois da Segunda Guerra Mundial, que em geral são consideradas como dispendiosos fracassos. “Sinto muito mais simpatia pela idéia de promover o investimento em geral”, afirmou Litan, “e permitir que os resultados se desenvolvam de maneira natural”.

Fonte: [url=http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1469670-EI8255,00.html]Terra[/url]

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