Essa dependência já é tratada. No Brasil, são três os locais que realizam o tratamento: Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP), por meio do Instituto de Psiquiatria; ambulatório do Programa de Orientação e Atendimento de Dependentes (Proad), do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Núcleo de Estudos em Psicologia e Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
O Instituto de Psiquiatria do HC-SP derrubou o mito de que surfar durante horas na internet é uma mania exclusiva de jovens estudantes. Mostrou que a compulsão pela web pode atingir homens e mulheres de qualquer idade, classe social e nível cultural. A conclusão surgiu a partir da análise do primeiro grupo de voluntários do projeto de Dependentes de Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos dos Impulsos.
Os candidatos do primeiro grupo – 15 integrantes de 18 a 73 anos –, clinicamente diagnosticados como compulsivos pela internet, submeteram-se às sessões de análise cognitiva (terapia focal) durante seis meses. Agora os resultados começam a ser divulgados. Na segunda-feira, o ambulatório abriu inscrições para o segundo grupo. Inscrições pelo telefone (21) 3069-6975.
“Fiquei surpreso com os resultados. Apesar do grupo ser pequeno, ele vai contra as estatísticas americanas que servem de base no mundo inteiro”, diz Cristiano Nabuco, coordenador do projeto. O estudo brasileiro mostrou que a dependência não é problema exclusivo dos jovens.
O acesso compulsivo é um distúrbio psiquiátrico no mesmo patamar que dependências do álcool, do jogo e das compras. Nos Estados Unidos, de 6% a 10% dos 189 milhões de internautas sofrem desse mal. No Brasil, os estudos são tímidos.
“Montei o primeiro grupo no ano passado, quando as queixas passaram as ser mais constantes no consultório”, diz Nabuco.
Fonte: ABP Brasil