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Dicionário

imagem de Deus

Em termos psicológicos, Jung postulava a reali­dade de uma imagem de Deus como um símbolo unificador e transcendente capaz de reunir fragmentos psíquicos heterogêneos ou unir opostos polarizados. Como qualquer imagem, é um pro­duto psíquico distinto do objeto que ela tenta representar e para o qual aponta. A imagem de Deus aponta para uma realidade que transcende a consciência, é extraordinariamente numinosa, obriga à atenção, atrai energia e é análoga a uma idéia que, de forma semelhante, se impôs à humanidade em todas as partes do mundo e em todas as eras. Como tal, é uma imagem de totalidade e "como o valor máximo e dominante supremo na hie­rarquia psíquica, a imagem de Deus está imediatamente relacionada com o self ou é idêntica a ele". Entretanto, sendo uma imagem de totalidade, a imagem de Deus possui dois lados: um bom, o outro, mal.

Esclarecendo e diferenciando Deus e a imagem de Deus, Jung escreveu:

"É por causa da constante indiscriminação entre objeto e imago que as pessoas não conseguem fazer uma distinção conceitual entre "Deus" e "imagem de Deus", e, portanto pensam que, quando se fala de "imagem de Deus", está-se falando de Deus e apresentando explicações "teológicas". Não cabe à psicologia, como uma ciência, exigir uma hipostatização da imagem de Deus. Porém, sendo os fatos como são, tem de contar com a existência de uma imagem de Deus… a imagem de Deus cor­responde a um complexo definido de fatos psicológicos, sendo, assim, uma quantidade com que podemos operar; mas o que Deus é em si mesmo permanece uma questão fora da com­petência de toda a psicologia."

Do ponto de vista psicoterapêutico, a imagem de Deus funciona como uma igreja interior, por assim dizer; como um continente psí­quico, um quadro de referência, um sistema de valores e árbitro moral. Jung aceitava como uma imagem de Deus tudo quanto um indivíduo alegava experimentar como Deus, aquilo que representa­va o valor máximo para uma pessoa, quer expresso consciente quer inconscientemente, e motivos religiosos típicos que reocorriam perio­dicamente na história das idéias, dogma, mito, ritual e arte.

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