(telós gr., fins) Uma orientação para fins ou propósitos e não para causas; caracteriza a observação de Jung sobre o inconsciente, a neurose e, bem mais especialmente, a individuação. Este ponto de vista distinguia seu método e suas conclusões daqueles da psicanálise, porém suscitava críticas de que ele havia adotado uma postura quase religiosa.
Um caloroso debate foi provocado por esta questão. Jung era suspeito para aqueles treinados nas escolas tradicionais da medicina e da ciência. Ao mesmo tempo, certos teólogos sentiam encontrar nele um aliado, embora outros o culpassem por seu psicologismo e, de modo bem especial, por sua terminologia. Entre os teólogos, Jung manteve o seu mais prolongado diálogo com o padre Victor White (1952).
Jaffé apontava que as palavras de Jung "não sou eu quem cria a mim mesmo, e sim eu aconteço para mim mesmo" postulam o self como um existente a priori. Seja conhecido ou desconhecido, é o agente oculto por trás de nossas vidas. Não se pode fugir de ser determinado pelo self, mesmo para a liberdade, porém a possibilidade de uma experiência de significado implica o reconhecimento de sua presença (1971). Jung via a encarnação de Cristo como simbolizando a realização daquilo que ele, como psicólogo, chamava "o processo da individuação". A figura de Cristo realizou plenamente seu potencial e cumpriu seu destino.
Entre os psicólogos analíticos contemporâneos, Edinger (por exemplo, 1972) presta a maior atenção ao ponto de vista teleológico que ele vê como compatível com o ponto de vista cristão.
posição esquizoparanóide
Termo introduzido por Melanie Klein para indicar um ponto no desenvolvimento de relações objetais antes de o bebê haver reconhecido que as imagens da mãe boa e da mãe má, com as quais esteve relacionado, se referem à mesma pessoa. Conquanto a posição esquizoparanóide seja contrastada com a posição depressiva (em que são curadas rupturas na personalidade e no objeto), também existe um movimento oscilatório entre os dois e, na vida adulta, normalmente se pode encontrar uma evidência de ambas as posições.
No esquema de desenvolvimento, a posição esquizoparanóide ocorre não importa qual tenha sido o estado de identidade primária que possa ter existido. O "split", ou divisão, a característica da posição esquizoparanóide, não é a mesma coisa que uma "desintegração" do self primário. Nesta última, as várias divisões trazem consigo uma exigência de totalidade e tendem a atuar em direção a uma intensificação da personalidade.
A qualidade da angústia nessa circunstância é paranóide (isto é, o medo do bebê, talvez, de perseguição e ataque). Seu meio de defesa é separar de si o objeto (isto é, uma manobra esquizóide). O bebê divide a imagem da mãe de modo a ficar com as boas e controlar as más versões dela. Também se fende dentro de si próprio em virtude da intensa ansiedade causada pela presença de sentimentos aparentemente irreconciliáveis de amor e ódio. Sugeriu-se que a capacidade de resistir a essa divisão é um requisito prévio para qualquer síntese posterior de opostos. Porém, como enfatizava Jung, em primeiro lugar estes devem ser diferenciados; isto é, separados um do outro.
A posição esquizoparanóide reflete um estilo de consciência que Jung designava por "heróico", pelo fato de que o bebê tende a se comportar de uma maneira superiormente determinada e orientada para o objetivo.