Moisés Ben Maimón nasceu em uma família de rabinos e dignitários de Córdoba. As perseguições dos almôadas obrigaram a sua família a deixar Córdoba. Em 1148, foram para o Sul da Andaluzia. Dez anos depois, refugiaram-se em Fez e chegaram ao Cairo em 1165, onde Maimônides se tornaria médico da corte e grande rabino da comunidade judaica do Egito.
Filósofo talmudista de renome, amigo de Averróis, Maimônides também deixou uma importante obra médica, escrita em árabe e posteriormente traduzida para o hebraico. Entrando em 1198 para o serviço do filho mais velho do sultão Saladim, o emir EI Afdhal, que sofria de perturbações provavelmente de natureza maníaco-depressiva, dedicou-lhe dois dos seus livros, o Tratado sobre a conservação da saúde e o Discurso sobre a explicação das crises, para "ajudá-Io a suportar e a tratar os seus ataques de melancolia". As referências etiopatogênicas seguiam a mais pura tradição humoral de Hipócrates e de Galeno. No que se refere à terapêutica, Maimônides, partidário do "justo equilíbrio" entre o corpo e o espírito, propunha um tratamento moral avant la lettre, essencialmente higiênico e dietético, à base de distrações: esportes, música, gastronomia, e "tudo o que pudesse alegrar o coração".
Falecido em EI Fustât, bairro do velho Cairo, em 1204, Maimônides, "a águia da Sinagoga", como o apelidaram os cristãos, seria inumado nas margens do lago de Tiberíades.