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Dicionário

BERGER, Hans (1873-1941)

Foi em Neuser, perto de Coburgo (Baviera), que Hans Berger veio ao mundo a 21 de maio de 1873. Seu pai era médico e sua mãe era filha de Friedrich Rückert, poeta alemão que cantou o movimento nacional de 1813 e en­sinou línguas orientais em Erlanger e em Berlim. Durante seus estudos de medicina, Berger freqüentou as universidades de Ber­lim, Munique e Kiel, mas foi em lena que defendeu sua tese em 1897. Não deixaria mais essa cidade. Em 1900, tornou-se assis­tente na clínica psiquiátrica universitária, en­tão dirigi da por Otto Binswanger, a quem sucedeu em 1918. Teve, pois uma carreira essencialmente psiquiátrica, mas pensava que o problema central da doença mental era descobrir o substrato fisiológico das ativi­dades psíquicas. Assim, tentou por diversos meios saber como a "energia psíquica" podia ser abordada por procedimentos físicos, tais como as variações pletismográficas do fluxo sangüíneo cerebral ou o registro de variações da temperatura do cérebro. Foi nessa pers­pectiva que ele retomou os trabalhos de Ca­ton (1875), Fleishl von Markow (1883) e Adolf Beck (1890) sobre as correntes elétri­cas produzidas pelo cérebro no animal. Em 1924, realizou seu primeiro registro em um paciente trepanado, portador de uma impor­tante lacuna óssea craniana, mas duvidou dos resultados que obteve, perguntando-se du­rante muito tempo se os potenciais elétricos que recolhera tinham sido realmente produ­zidos pelo cérebro. Repetiu a experiência e esperou até 1929 para dedicar à eletroencefa­lografia humana a primeira publicação mun­dial. Esta foi feita nos Archiv für Psychiatrie und Nervenkrankheiten, sob o título "Über das Elektrenkephalogramm des Menschen" ("Sobre o eletroencefalograma humano"). Descreveu dois ritmos fundamentais, que chamou de alfa e beta, e descobriu com surpresa que o ritmo alfa era inibido pelos estímulos de origem visual.

Durante cinco anos mais, os trabalhos de Berger continuaram desconhecidos fora dos países de língua alemã. Foi preciso esperar o artigo de Adrian e Matthews, consagrado em 1934, na revista Cérebro, ao "Ritmo de Ber­ger", para mostrar a eletroencefalografia ao mundo médico. A partir desse momento, foi no seu próprio país que Berger ficou desco­nhecido, pois nunca tendo simpatizado com o regime hitlerista, teve dificuldades em fazer funcionar o seu serviço e publicar os traba­lhos do seu laboratório. Aposentou-se em 1938 e suicidou-se a 30 de maio de 1941, durante uma crise de depressão.

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