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Dicionário

BÉRILLON, Edgar (1859-1948)

Nascido em Saint-Fargeau (Yonne), a 23 de maio de 1859, Bérillon foi aluno de Paul Bert, Milne-Edwards, Brown-Sequard, Charcot, Lasègue, Auguste, Jules Voisin, e princi­palmente de Dumont-Pallier que inspirou o tema de sua tese: "A dualidade cerebral e a independência funcional dos dois hemisfé­rios cerebrais" (1884), que teve bastante sucesso acadêmico e comercial. Médico-ins­petor dos Asiles de Ia Seine (1892), licencia­do em direito (1896), dirigiu até 1937 uma clínica para "doentes dos nervos" em Saint­-Mandé.

Durante meio século esse homenzinho de aspecto raquítico se dedicaria sem reservas ao hipnotismo, que descobrira com Dumont­ Pallier, de quem foi discípulo da primeira hora na Escola de Hipnologia de La Pitié. Clínico, professor, teórico, fundou em 1886 o Instituto Psicofisiológico de Paris, futura Escola de Psicologia. No ano seguinte, criou a Revue de l'Hypnotisme, que, tornando-se Revue de Psychothérapie e depois Revue de Psychologie Appliquée, só deixaria de ser publicada com a Segunda Guerra Mundial. Agente essencial do primeiro Congresso In­ternacional de Hipnotismo em 1889, fundou e presidiu a Sociedade de Patologia Compa­rada e ministrou cursos na Escola Municipal de Higiene. Em 1897, até dirigira uma cena de "sono magnético" no teatro Ambigu em "A organista", peça tirada de um conto de Xavier de Montépin.

Preocupado com "as doenças do julga­mento", imaginou uma função psíquica supe­rior, a timética, cujo papel seria bastante com­parável ao da censura, na primeira tópica freudiana. Sua insuficiência seria, segundo ele, a origem da histeria.

A guerra de 1914 mergulhou Bérillon em um frenesi nacionalista, que nos valeu artigos inacreditáveis como "Abromidrose fétida da raça alemã" (1915) ou "A poliquesia da raça alemã" (1915). Neles, ficamos sabendo, entre outras coisas, que "se do ponto de vista da enormidade, a produção excremencial (alemã) é o dobro (da francesa), do ponto de vista do odor, ela atinge proporções inauditas, incríveis". Nem é possível imaginar como o autor, que faleceu a 6 de março de 1948, conseguiu agüentar os quatro anos de ocupa­ção.

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