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Dicionário

BILLOD, Ernest (1818-1886)

Billod nasceu a 23 de outubro de 1818 em Briançon, mas passou sua infância em Or­leans e estudou medicina em Paris, onde foi acolhido por Ferrus, da mesma região que ele, e que lhe obteve um lugar de residente junto a Félix Voisin, na casa de saúde de Vanves. Também freqüentou, no Hospital Bi­cêtre, o serviço de Moreau de Tours (que fez com que ele experimentasse o haxixe durante um almoço na fazenda Sainte-Anne). Em 1846, defendeu sua tese, "Sobre o tratamento da loucura", e depois de uma rápida perma­nência como médico-adjunto no Asilo de Sainte-Gemmes (Maine-et-Loire), assumiu em 1849 a direção do Asilo de Blois, recém-­inaugurado. Preocupado em melhorar as ren­das do estabelecimento, não hesitou em re­ceber um número de alienados do departa­mento do Sena muito superior à capacidade do hospital, indo até a acumular os doentes em redes ao longo dos corredores… Foi de­mitido, a pedido de Parchappe. Ferrus, en­tretanto, conseguiu reintegrá-Io em 1853 e foi nomeado diretor do Asilo de Saint-Méen, perto de Rennes. Np ano seguinte, chegou a Sainte-Gemmes, onde ficou até a sua nomea­ção para o Asilo de Perray-Vaucluse, que acabava de ser aberto perto de Paris, e onde ele obteve a criação de uma "colônia" para crianças retardadas. Aposentou-se em 1886 e morreu a 26 de fevereiro do mesmo ano em Château-Gontier (Mayenne), para onde se retirara.

O nome de Billod está ligado à pela­gra, afecção à qual, de 1855 a 1867, dedicou a maior parte de suas publicações, assim como um Tratado, publicado em 1865 e ree­ditado em 1870. Afirmava a existência de uma "pelagra consecutiva à alienação men­tal", tema que transformou em questão pes­soal, pois até publicou na Gazette des Hôpi­taux de setembro de 1863 um "desafio cien­tífico" aos que não aceitavam a sua tese de uma variedade de pelagra própria aos alie­nados (a tal ponto que alguns falaram de uma pelagra própria aos alienistas…) e compro­meteu-se a pagar do seu bolso as despesas de viagem e permanência em Sainte­Gemmes de uma comissão de peritos que resolveriam a dissensão. O desafio não foi aceito, mas, como aconteceu com a hipótese de Lombroso, foi preciso esperar o ano de 1925 e a descoberta por Goldberger do papel da carência de amido nicotínico (vitamina PP ou vit. B3 ou niacina), para que a questão fosse definitivamente resolvida.

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