Médico de Guilherme II e da rainha Ana, autor de poemas épicos como "O príncipe Artur", "O rei Artur" e "A criação", que atrairiam a crítica irônica de Swift e de Pope, Blackmore foi também autor de um Treatise of the Spleen and Vapours: or, Hypocondriacal and Hysterical Affections (Tratado do spleen e dos vapores: ou afecções hipocondríacas e histéricas), publicado em Londres em 1725.
Depois de insistir na quase especificidade britânica do spleen, delimitava a noção de melancolia segundo critérios que já eram modernos: tristeza, desestímulo e temor, ao mesmo tempo, que fazia uma distinção entre as "depressões" severas e ligeiras, o que não deixava de prefigurar as nossas depressões endógenas e reativas. Além disso, fez-se defensor das terapêuticas "pacíficas" e sedativas a base de ópio, cuja inocuidade afirmava, mesmo em caso de uso prolongado.