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Dicionário

BRILL, Abraham-Arden (1874-1948)

Brill nasceu em Kanczuga, na província aus­tro-húngara de Galícia, a 12 de outubro de 1874. Com a idade de 15 anos, seus pais o autorizaram a emigrar sozinho para os Es­tados Unidos. Desembarcou em Nova York, onde ficaria para sempre. Ganhava a vida trabalhando no comércio de roupas, matricu­lou-se em 1892 no City College, naturalizou-­se em 1899 e obteve em 1903 o seu diploma de médico pela Universidade de Columbia. No fim dos estudos, foi aluno de Adolf Meyer no Hospital Estatal de Manhattan e em 1907 decidiu ir à Europa para aperfeiçoar o seu conhecimento das doenças nervosas. Rapidamente, o ensino parisiense lhe pareceu estéril, e foi com Bleuler, no Hospital Bur­ghölzli, que passou o inverno de 1907-08. Ali, encontrou Jung e descobriu as teorias de Freud, que visitou em maio de 1908. Foi o único participante americano do Congresso de Salzburgo, e voltou aos Estados Unidos com a autorização de traduzir para o inglês as obras do mestre, assim como a Psicologia da demência precoce de Jung. Instalou-se em Nova York e, como primeiro psicanalista dos Estados Unidos, considerava-se o "repre­sentante oficial do professor Freud" (a quem iria receber pessoalmente na sua chegada em 1909). Mas no mesmo momento, Jones, que ele encontrara em Viena e em Zurique, ins­talou-se no Canadá. Em 1911, Brill fundou a Sociedade de Psicanálise de Nova York, e dois anos depois, com Ely Jelliffe*, a Psycha­nalytical Review, primeiro periódico psica­nalítico de língua inglesa. Íntimo dos meios intelectuais de Nova York, favoreceu, a partir de 1933, a instalação dos analistas judeus que emigravam da Alemanha. Morreu de trom­bose coronária a 2 de março de 1948 no Hospital Monte Sinai de Nova York.

Os trabalhos pessoais de Abraham Brill são mais de difusão do que obras originais.

A partir de 1909, empreendeu uma tradu­ção das obras de Freud, muitas vezes simpli­ficada e aproximativa, que, no entanto, contri­buiria durante muito tempo para dar à psica­nálise americana uma base doutrinária esque­mática, mas que, em contrapartida, favorece­ria a sua difusão. Jones acusou Brill de não sentir-se à vontade nem com a língua alemã nem com a língua inglesa. E parece que Freud dizia, referindo-se a ele, que preferia um bom amigo a um mau tradutor.

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