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Dicionário

BRIQUET, Pierre (1796-1881)

Nascido a 22 de nivoso do ano IV (12 de janeiro de 1796) em Châlons-sui-Marne, on­de seu pai era livreiro, e falecido em Paris a 26 de novembro de 1881, Briquet defendeu, em 1824, na Faculdade de Paris, a sua tese, consagrada à "Flebectasia ou dilatação vari­cosa das veias". Professor em 1827, médico do Hospital Cochin em 1836, do Hospital La Charité em 1846, eleito para a Academia de Medicina em 1860, na seção de física e quí­mica médicas, foi principalmente um clínico geral, a quem se devem publicações tão dife­rentes quanto uma Monografia sobre o uso dos tóxicos mercuriais no tratamento das erupções variólicas, um Tratado terapêutica da quinina e suas preparações e um Tratado prático e analítico do Cholera morbus. Mas, como ele mesmo explicou, "colocado pelas circunstâncias à frente de um serviço (em La Charité) para onde, há muito tempo, havia o costume de dirigir os doentes atingidos por afecções histéricas", teve que, "por escrúpulo de consciência, dedicar a máxima atenção a esse tipo de doentes, o que não era do seu gosto, pois se inclinava para o estudo das ciências positivas". Resignou-se e pôs mãos à obra, interessou-se pelo trabalho e recolheu em dez anos 430 observações, das quais fez uma análise crítica, considerando a doença como "uma neurose da porção do encéfalo destinada a receber as impressões afetivas e as sensações", "doença dinâmica", capaz de modificar o organismo inteiro. Em 1859, pu­blicou as suas constatações em um Tratado clínico e terapêutica da histeria, publicado por J-B. Bailliere. Essa obra é um marco na história da histeria, a tal ponto que, há poucos anos, alguns autores americanos propuseram que se denominasse "doença de Briquet" uma afecção que ele foi um dos primeiros a estudar sem preconceitos. Negava o papel das frustrações sexuais, ligava a doença a emoções prolongadas ou a mágoas violentas sofridas por indivíduos predispostos por sua hereditariedade ou sua "suscetibilidade" par­ticular, e contribuiu para afirmar a realidade de uma histeria masculina, então muito contestada (um homem em vinte mulheres, segundo ele), abrindo caminho para Char­cot, que 15 anos depois se lembraria das suas concepções.

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