Nascido a 14 de março de 1815 em Seurre (Côte-d'Or), Michéa estudou medicina em Paris, defendeu em 1837 uma tese sobre as alucinações e fixou-se definitivamente na capital. Foi residente na Casa de Saúde Saint-Marcel-Sainte-Colombe, fundada em 1770, na rue de Picpus, nº 10. Ali, seria médico-adjunto e depois um dos diretores. Em 1876, retirou-se para a sua Borgonha natal e morreu em Dijon a 18 de junho de 1882.
Michéa redigiu muitos trabalhos sobre temas clínicos, terapêuticos, e até biológicos, como Investigações clínicas sobre o sangue nas neuroses; Sobre um caso de histeria com análise química do sangue e da urina; Da análise do sangue na mania (1848). Também foi autor de um Tratado prático, dogmático e crítico da hipocondria (1845), afecção que considerava como "uma das numerosas espécies da monomania triste ou lipemania", conseqüência de um medo intenso da morte. Escreveu o Delírio das sensações (1846), obra em que expressava a idéia de que os órgãos dos sentidos eram o ponto de partida das alucinações.
Ao seu gosto pela erudição histórica, devemos ainda uma "Galeria de celebridades médicas do Renascimento" (Cornelius Agrippa, Paracelso, André Vesálio, Jean Wier, J.B. von Helmont), publicada entre 1842 e 1846, na Gazette Médicale. Foi o primeiro arquivista-tesoureiro da Sociedade Médico-Psicológica.