Nascida a 1º de abril de 1875 em uma família judaico-polonesa de Grodno, Sophie Kabatchik começou a estudar medicina em 1906 em Zurique. Casou-se com Abraham Morgenstern e em 1912 defendeu a sua tese "Sobre alguns elementos minerais das glândulas tireóides". Depois de uma temporada na Rússia, destinada a validar o seu diploma para poder trabalhar na Polônia, que estava sob domínio czarista, voltou em 1915 para Zurique. Aceitou inicialmente um posto de voluntária no Hospital Burghölzli, onde também estava Eugène Minkowski, que percorreu um trajeto bastante semelhante ao seu, tornou-se assistente de BIeuler e em 1920 foi nomeada para o Asilo de Munsterlingen. Chegando em 1924 a Paris, começou uma análise com Eugénie Sokolnicka. No ano seguinte, Georges Heuyer lhe confiou a responsabilidade dos tratamentos psicanalíticos na Clínica Anexa de Neuropsiquiatria Infantil da Salpêtriere. Trabalhou ali até junho de 1940, quando a entrada das tropas alemãs em Paris a decidiu a pôr fim à sua existência, já abalada pela morte acidental de Laure, sua filha única.
Teórica da psicanálise da criança, que considerava como devendo ser reservada aos sintomas neuróticos, recorria, em sua prática, ao desenho e ao brinquedo como meios de abordagem e de compreensão do imaginário simbólico infantil. Membro da Sociedade Psicanalítica de Paris, foi autora de artigos publicados na Revue Françoise de Psychanalyse, no Encéphale, na Gazette Médicale de France e de um livro, Psicanálise Infantil, publicado em 1937.