Em psicanálise, o período da vida que se situa entre o final da fase infantil e o inicio da fase adolescente. Traduzindo em anos, a latência começa normalmente por volta dos cinco anos de idade e termina com o advento da puberdade.
S. Freud empregou o termo latência numa época do desenvolvimento da psicologia psicanalítica em que a atenção se concentrava, em grande parte, na pulsão sexual e na libido; trabalhos posteriores, na área da psicologia do ego, tornaram muito claro que as pulsões não estão inativas, de maneira nenhuma, durante esse período. Pelo contrário, o que aconteceu foi que os perigos da relação edipiana exigiram um forte bloqueio contra os impulsos libidinais. O ego consegue fazer isso mobilizando as energias agressivas contra o id. De fato, então, as energias libidinais são reprimidas e as energias agressivas são redirigidas para a elaboração de uma rede mais eficaz de defesas, incluindo o superego, e para um crescente domínio na esfera social, na competitividade, conquista e dominação socialmente toleradas e desejáveis. O desenvolvimento mental, por outras palavras, ocorreu em sucessivos arrancos. Nos anos infantis, as forças libidinais estão mais em evidência, na medida em que se estendem por várias áreas, de acordo com o crescimento fisiológico. Com o aparecimento do Édipo, essas forças precisam ser controladas, e as forças agressivas do ego adquirem agora maior preponderância. Elas são usadas como linha de frente para preparar o caminho do reaparecimento das pulsões libidinais durante a adolescência.