Ato de ligar ou estado de ser ligado. É uma exceção importante ao princípio mendeliano de distribuição independente, e constitui a base da teoria cromossômica de herança, tal como foi formulada por Morgan, em 1910, a partir de seus famosos experimentos com a drosófila. Caracteriza-se pela tendência dos genes localizados no mesmo cromossomo a permanecerem em suas combinações originais e a serem herdados como um bloco, e não independentemente uns dos outros.
À parte o pressuposto de que os genes ligados devem estar localizados no mesmo cromossomo, a fim de permitir tal combinação, o mecanismo de ligação foi explicado, em parte, pela descoberta de que "os gametas de uma planta ou um animal que é heterozigótico para dois traços ligados não se formam em quantidades iguais, mas que os gametas com as combinações parentais de genes são sempre mais numerosos do que os gametas com a nova combinação de genes". Em virtude da ocorrência freqüente de permutação (crossing-over), a maioria dos casos conhecidos de ligação são incompletos. Embora seja teoricamente possível dois genes ligados nunca se separarem, por estarem tão unidos no cromossomo que não pode ocorrer uma ruptura entre eles, os casos de ligação completa são, na verdade, extremamente raros.
Consegue-se estabelecer a ligação determinando-se a freqüência de recombinação dos traços em questão, que depende da distância entre os loci dos alelos no cromossomo. Quanto mais perto eles estiverem, menos provável será que eles se cindam e se recombinem ou troquem durante a meiose: e o inverso é verdadeiro.
Quando o fenótipo indica que ocorreu recombinação, a prole é denominada recombinante; caso contrário, denomina-se não-recombinante.