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Dicionário

ALLENDY, René-Félix-Eugène (1889-1942)

Allendy nasceu a 19 de fevereiro de 1889 em Paris. Espírito eclético e deliberadamente marginal, obteve uma licenciatura em línguas escandinavas, continuando ao mesmo tempo estudos de medicina, que concluiu com uma tese sobre "A alquimia e a medicina", defen­dida em 1912, ano de seu casamento com Yvonne Nel-Dumonchel, filha do pintor lutes Nel-Dumonchel. (Depois da morte da esposa, em 1935, casou-se com sua cunhada Colette, que dirigia uma galeria de arte, onde iniciaram suas carreiras Hans Arp, Hartung, Paul Klee, Vieira da Silva…).

A reabilitação que fez da obra de Paracel­so lhe valeu um convite da Suíça para um congresso dedicado ao célebre médico alquimista. Presidente da Sociedade francesa de homeopatia, ensinou essa disciplina no Hospital Saint-Jacques de 1932 a 1939. Em 1920, criou com sua mulher o Grupo de Es­tudos Filosóficos e Científicos para o Exame das Idéias Novas na Sorbonne, e não é surpreendente que ele estivesse entre os pri­meiros na França a interessar-se pela psica­nálise, que nascia. Aluno de René Laforgue, que conheceu em 1922 na Sociedade de Teo­sofia e com quem publicou em 1924 "A psica­nálise das neuroses", participou já em 1925 da criação do grupo da L'Evolution Psychiatri­que, e no ano seguinte foi um dos fundadores da Sociedade Psicanalítica de Paris. Em ja­neiro de 1934, aparecia entre os pioneiros do Instituto de Psicanálise de Paris, onde ensi­nou, ao mesmo tempo em que mantinha um consultório de psiquiatria no hospital Léo­pold-Bellan, publicando estudos como O amor; Capitalismo e sexualidade; A psicaná­lise, doutrinas e aplicações.

Desmobilizado em Montpellier no mo­mento do armistício de 1940, formou nova­mente uma pequena clientela, apesar dos per­calços administrativos, pois suspeitava-se de que ele era judeu. Seu estado de saúde degra­dou-se rapidamente e morreu a 12 de julho de 1942 de uma nefrite crônica hipertensiva, cuja angustiante evolução pode ser percebida no seu último livro, Diário de um médico doente, espécie de auto-análise dos seis últi­mos meses de sua existência, onde também se revela uma atração pela astrologia, que não cessou desde os seus anos de estudante.

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