Autores:
Tovar Tomaselli
Denise Deschamps
“Eu descobri o óbvio!”(S. Freud)
No presente artigo pensaremos algumas das inúmeras variáveis que envolvem esse procedimento da “supervisão”, prática comum entre os psicoterapeutas, tanto durante sua formação, quanto para os que já têm sua atuação em pleno curso, constituindo-se em uma ferramenta essencial para sejam apontadas a contra-transferência de maneira mais produtiva e remeter material à possíveis pontos cegos.*
Dentro daquilo que forma o psicanalista, ela faz parte do aceito tripé da formação: análise, estudo teórico e atendimento supervisionado de casos clínicos. Pensamos que sua característica fundamental será a de desenvolver uma “escuta da escuta”, em algumas circunstâncias poderá também, trabalhar diretamente com o caso clínico apresentado, ressaltando sempre, os possíveis impedimentos da escuta analítica por parte do supervisionando. Suas possibilidades de atuação poderiam ser descritas pelas leituras sobre sua aplicabilidade:
“…as formas de exercício das supervisões de hoje podem ser identificadas de acordo com o modo com que se posicionam frente ao espaço de encontro entre a análise do supervisionando e seu relato na supervisão. Os três modelos identificados – a supervisão como uma parte do processo analítico empreendida por um outro analista, a supervisão com o próprio analista e a…” © supervisão centrada no caso e no manejo técnico
De acordo com a estratégia escolhida pela dupla supervisor/supervisionando, apresentará diferentes implicações para o analista que a procura.
Pensamos que talvez exista uma grande dificuldade em realizar uma supervisão voltada apenas para o estudo do caso, isto porque em psicanálise haveria a inexistência de uma teoria da técnica, não é possível formular um encaminhamento padrão diante da existência de qualquer material inconsciente que emerja no curso de uma análise. Essa impossibilidade se sustentará por inúmeras causas, nos deteremos, por enquanto, naquilo que se definirá como “superdeterminação”, “sobredeterminação” ou “determinação múltipla” (Laplanche e Pontalis)(1)
“O fato de uma formação do inconsciente – sintoma, sonho, etc. – remeter para uma pluralidade de fatores determinantes. Isto pode ser tomado em dois sentidos bastantes diferentes:
a) A formação considerada é resultante de diversas causas, pois que uma só não basta para a explicar;
b) A formação remete para elementos inconscientes múltiplos, que podem organizar-se em sequências significaticas diferentes, cada uma das quais, a um certo nível de interpretação, possui a sua coerência própria. Este segundo sentido é o mais admitido.”
Sustentado nesse ponto poderemos afirmar que uma prática de supervisão clínica dificilmente será encaminhada no sentido de orientar o analista em processo de supervisão, naquilo que deva dizer ou fazer frente ao seu paciente, tendo necessariamente que se ater, o supervisor clínico, a entender o encaminhamento que esse supervisionando priorizou a partir da sua escuta analítica.
“Ou seja, o dispositivo analítico de "escuta" dever ser "flutuante", único meio de acompanhar de modo especial a fala de alguém”.(Raymundo de Lima) (A)
Isso nos remeterá a uma segunda questão que as supervisões costumam suscitar, ou seja, de quais seriam seus limites contratados, isto porque, aquilo que diz respeito aos impedimentos de escuta, envolverá quase sempre, questões da análise do analista em supervisão. Até onde um supervisor clínico estaria autorizado a remeter a dificuldade de escuta ao material não acessado pelo psicanalista de dentro do enquadre da supervisão aos seus possíveis pontos de conflito? Essa é outra questão que não terá uma resposta padrão ou única, sendo necessário que o supervisor possa entender as características que diferenciam um espaço de supervisão de um espaço de análise.
Pensamos que uma supervisão guarda uma semelhança com o dispositivo analítico na questão da assimetria existente dentro da relação, podemos supor que assim como na função de análise, a supervisão determinaria também um “sujeito-suposto-saber”, ou seja, ocuparia um lugar de saber frente ao outro, lugar que será entedido como uma ilusão inconsciente.
“… os fenômenos da transferência fundamentam-se na função do sujeito suposto saber que consiste na suposição ou conjectura de que há um saber desconhecido que pode ser sabido”.(Eri Nicacio) (B)
Indo um pouco mais adiante, poderíamos construir um paralelo no qual veríamos o lugar do supervisor como o daquele que escutaria a narrativa de um caso de amor, experimentando sensações provocadas pelo relato da vivência dupla do outro, porque quem narra é aquele que recebe o investimento e também o que investe, em sua função de disponibilizar seu Inconsciente, mas tendo em conta sempre o desejo que é o desejo do outro, construído e atuado dentro da relação transferencial. O que o supervisor escuta então?
“o analisando oferece ao analista o seu amor nas suas palavras – palavras de amor – pelas quais o neurótico tenta elidir a falta que o constitui”.(Eri Nicacio) (B)
Ele, o supervisor, pode ouvir a narrativa, adivinhar-lhe os matizes, mas jamais alcançará, plenamente, a colocação da magnitude dos afetos que colorem o campo transferencial que constrói o relato, e também como já podemos vislumbrar a essa altura, estará ele também inserido em outro campo transferencial, agora entre supervisor e supervisionando, onde o relato de um atendimento suscitará todo um campo de forças entre esses dois sujeitos, os dois envolvidos em tarefas de gratificação profissional e a busca de reconhecimento social.
Nesse novo campo transferencial muitas e diversas variáveis poderão se inscrever, “ruídos” poderão ser colocados nele, há toda uma interferência passível de acontecer agora no que concerne à supervisão.
E, se pensarmos nela, a supervisão, enquanto atrelada a dispositivos de formação, poderemos sempre supor uma tendência a padronização do atendimento ou mesmo de uma omissão de todo processo criativo por parte do supervisionando, pautado esse comportamento na busca de aceitação, acolhimento e reconhecimento institucional. O que Maud Mannoni nos descreve em sua obra “Da Paixão do Ser À Loucura de Saber” como sendo o que levaria a que variações no uso da técnica, que são operadas nas sessões, fossem simplesmente banidas para a área do silêncio, do não dito institucional, esterilizando assim, a prática analítica, pausterizando de certa forma a narrativa.
Esse supervisor por sua vez, encontrar-se-á também investido de uma exigência institucional, atrelado a um modelo de atendimento valorizado pelos padrões daquela instituição formadora ou por seus próprios modelos de atendimento, tecidos por vertentes que passam pela construção teórica que elege, assim como pela escolha da aplicação da técnica atravessada por suas próprias características constitucionais. Ao fazer a leitura dessa outra escuta, aquela que pertence ao supervisionando, correrá o risco de se ver impelido por questões provenientes de algo que passará por suas provisões narcísicas, e que poderá levá-lo a exercer um papel equivocado de superioridade de saber frente a atuação que supervisiona. Por outro lado, esse supervisionando pode também, por questões próprias, desejar esse lugar enquanto o lugar dessa “Super-visão”. Como exemplo, a título de ilustração, deixaremos um fragmento de correspondência de Ferenczi para Freud:
“Caro Professor,
não se assuste com minha loquacidade: o que desejo é manter-me fiel ao hábito de prestar contas dos progressos de minha missão apostólica e partir de impressões recentes(N.B.: Já descobri que isso tem relação com o desejo infantil de ser elogiado pelo pai)
Hoje, portanto, foi a conferência sobre a “Psicopatologia”. Fiquei feliz por ter podido falar diante de cerca de trezentos estudantes de medicina jovens e entusiastas, que escutavam minhas palavras(portanto, as palavras do Sr.), com a respiração presa” (pág. 153- Ferenczi/Freud – TomoI)(2)
Dentro do campo transferencial próprio da supervisão, estarão envolvidos todos esses aspectos, e mais outros que se agregam quando esta é realizada em grupo, prática corrente em instituições formadoras. Teremos ainda nesses casos, de pensar todas as etapas que um grupo poderá atravessar, até mesmo dentro daquilo que caracterizaria um grupo terapêutico, seguindo nos pressupostos básicos de Bion.
“A menudo los grupos de experiencia de este tipo formado por futuros psicoterpaeutas de grupo**, que se dedicam a pasar por dicha experiencia com la convicción manifiesta, el factor terapéutico – como ya lo hemos señalado – no se encuentra excluido, sino que, por el contrario, aparece como elemento de máxima importancia. Cremos conveniente estábelecer aqui el paralelo com lo que ocure em el análises individual em sus aspectos terapéutico y didáctico”(6)
Dessa forma começamos a entender a supervisão como um espaço de extrema complexidade, longe do binômio reducionista de uma simples transmissão de ensinamentos, ao modelo – mestre/ discípulo. Veremos que em seu campo de existência, muitos vetores o atravessarão, ao mesmo tempo, paralelamente, ou com entrecruzamento deles. Isso tudo colocado em evidência pelo fato de ser um espaço formador, que ajuda a construir essa função de psicanalista (ou psicoterapeuta).
Teremos então, possíveis dificuldades vindas de duas direções diferentes, mas que tendem a se encontrar no campo do espaço transferencial próprio dessa prática, seriam essas:
->oriundas das questões subjacentes do supervisionando, tais como:
-pouco acesso a seus conteúdos inconscientes;
-necessidade de aprovação na relação de transferência e/ou da instituição formadora;
-estabelecimento de relação mestre/discípulo com a supervisão; entre outras
->oriundas do supervisor:
-pontos cegos ligados a necessidade de poder(submetimento) o outros conteúdos;
-analista enrijecido pelo processo de formação, obediente a um modelo único de clínica;
-necessidade de reconhecimento social/institucional aprisionada em padrões institucionais; entre outros
O supervisionando ao buscar esse espaço o faz movido também pela necessidade de aprofundamento em seus conhecimentos teóricos/técnicos, ele quase sempre, já atravessou a fase inicial onde lê a teoria como um bloco, querendo aplicá-la da mesma forma na sua prática clínica (psicanálise selvagem), por conta disso entra em angústia ao perceber que teoria e técnica se atravessam de forma nunca estanque, trará então um um novo olhar para a teoria que a prática clínica irá lançar sobre esta. Esse conflito inaugura todo modelo de formação. Estudar de maneira estanque a teoria e a técnica, trazem até um determinado ponto da formação, um acolhimento para a angústia que a entrada na teoria psicanalítica costuma inaugurar, mas ao mesmo tempo impossibilita de maneira integral a escuta analítica, nessas perspectiva que poderíamos afirmar que, assim como não se faz um analista sem divã, seria correto afirmar que muito menos se faz um analista sem o passar pelo processo de supervisão, onde teoria e técnica poderão enamorar-se.
“as palavras de Stein esclarecem que a supervisão como ensino da técnica “seria perfeitamente coerente, se a prática psicanalítica dependesse de uma técnica (Stein, 1988, p. 93)”(C)
Fato é que a formação de analistas já atravessou muitos períodos em sua história, no que diz respeito a supervisão, lança-se a leitura de que o termo teria sido utilizado pela primeira vez no “ Relatório da Policlínica Psicanalítica de Berlim”(1922), do Dr Max Eitingon e aquilo que era feito de maneira informal, não sistematizada e muitas vezes atrelada a um certo dispositivo analítico, passa a fazer parte dos requisitos para a formação de novos analistas. Há muito de dados históricos no manejo da supervisão e assim dessa maneira, poderemos supor que muito há também que refletirá o jogo político encerrado e atuado nas instituições psicanalíticas. Como podemos observar no que está dito nessa passagem da “Revista Psicanalítica” comemorando o cinqüentenário da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro:
“Anteriormente o candidato não escolhia seu analista, o analista didata opinava se o candidato podia iniciar o curso teórico, e se podia entrar em supervisão. O candidato entrava ameaçado para formação, com temor de que iriam descobrir tudo que ele pensava ter de ruim, que o impediria de ser analista”. (Vera Márcia Ramos)(D)
Dentro desse instituticional se inscreverá a supervisão, esteja ela atrelada a uma Instituição formadora ou não. O apresentar frente ao grupo de supervisão, ou mesmo ao seu supervisor individual, uma narrativa que mostre algo que possa ser visto como “falha técnica”, assumirá um caráter de menos-valia, representando ameaça para a forma como se enxerga esse supervisionando em sua prática clínica, assim como a forma que o outro, aquele que lhe confere prestígio profissional, também o avaliará.
Veremos então que o espaço da supervisão se inicia de um ponto que nunca é neutro, que já por sua característica, virá imbuído de questões que se iniciam e realimentam no institucional da psicanálise.
“É no âmbito da comunidade analítica que o ideal de um analista encontra espaço para articular-se. Na situação clínica este ideal se situa na borda, como que fazendo parte do contorno do campo da escuta. O problema é quando entra no campo e o fecha, ou tende a ocupar seu lugar. Ou ainda, quando o ruído, que ainda não se converteu em palavras, é trocado pelo saber constituído: a singularidade é então substituída por uma ordem de relações preestabelecida. O sofrimento que grita é abafado por um "deve ser assim", que se impõe ao analista como um imperativo categórico.”(E)
Dentro do espaço da supervisão, terá o supervisor que deter-se frente a essas reflexões, evitanto assim criar um “exército” de psicanalistas formados a sua imagem e “perfeição”, dessa forma tendo que colocar em suspeita sua provisão narcisista, que o levará sempre em busca ao necessitado reconhecimento profissional por parte da comunidade analítica. Teremos como dado de progresso nesse aspecto, a questão de que levará esta busca também, sempre, a uma impulsão do debate, como podemos ver através dos simpósios, congressos, grupos de discussão e aprendizagem etc. Já aprendemos desde Freud a dialética própria ao psíquico, em seus avanços e retrocessos, impulsão e resistência.
A supervisão então, poderia ser entendida como um olhar de fora, uma visão panorâmica da situação analítica apresentada, ao mesmo tempo que, uma visão de dentro, ao recuperar na nova relação de transferência: supervisionando-supervisor, parte do que se passa na neurose de transferência estabelecida no espaço analítico que é objeto desse outro olhar. O que não pode ser esquecido nesse espaço é que a ferida narcísica provocada por um erro de encaminhamento do caso, atingirá com muito mais intensidade o supervisionando que o supervisor, que será na verdade quem estará “implicado” nessa questão, ou na relação transferencial, esse analista, agora posto como supervisionando.
Um exemplo e uma problemática (por Tovar Tomaselli)
Gostaria de pautar essa explanação teórica, através de um exemplo pessoal, onde eu era o supervisionando. Quero salientar que muitos supervisores, infelizmente, acabam interpretando o “S” de supervisor, como o “S” que se encontra no peito do super-homem, ou em seu correlato que seria a mulher-maravilha. Acabam por exercer uma prática absolutamente autoritária e reacionária em relação aos seus supervisionandos.
Eu havia levado para a supervisão o relato de uma primeira entrevista que havia conduzido com uma paciente. Resumidamente, a paciente ficou o tempo todo me assegurando que ali estava comigo, em função da insistência de seus pais e de seus sogros, além do próprio marido. Era visível a sua labilidade afetiva, passando praticamente todo o horário da entrevista chorando compulsivamente, fato este que estava ocorrendo em seu local de trabalho, impossibilitado-a de exercê-lo com a atenção e concentração que ele merecia e demandava.
Eu, de minha parte fiquei o tempo todo tentando ouvir sequer algo em que eu pudesse identificar como uma demanda que fosse dela, e nada ocorria nesse sentido. Quase ao final do tempo da entrevista, eu coloquei para a paciente que me procurava, que eu tinha podido vê-la muito emotiva, sensível,mas que eu só tinha ouvido o tempo todo que ali havia comparecido de tanta insistência de seus familiares,mas que nada dela eu tinha conseguido ouvir no sentido que ela quisesse tratar dessas questões, ao que , de pronto ela concordou comigo me dizendo que só havia vindo de fato, por tanta insistência familiar. Eu lhe propus então,que pudesse pensar melhor em tudo o que havia me falado e, que me colocava à sua disposição caso ela encontrasse nela alguma intenção de poder dar conta daquelas coisas que estavam lhe ocorrendo, com o que ela concordou prontamente.
O que pude ouvir da minha supervisora, foi algo de extrema crítica quanto a minha conduta e que eu, em chegando ao consultório, a primeira coisa que eu fizesse fosse ligar para a paciente, convidando-a para uma nova entrevista uma vez que ela estava muito mal. Me lembro perfeitamente de que minha resposta foi, no ato, negativa, tendo afirmado que eu não iria ligar e que estava convicto de que eu tinha feito o melhor, além de ter deixado a porta aberta para que ela, caso achasse por bem , voltasse a me procurar. Quero com esse exemplo pessoal, salientar que essa supervisora achava-se com o tal “S” no peito, não se atendo ao conteúdo, mas sim à forma e, consequentemente assumindo uma postura extremamente autoritária, não me deixando sequer a oportunidade de entender o seu ponto de vista.
Acho indispensável dizer, embora vá fazê-lo , que minha supervisão, não por ela, mas sim por mim, acabou naquele momento. Pensamos ter deixado aqui um exemplo de tudo aquilo que “não” deve ocorrer numa supervisão. Assim, pensamos que devemos fugir daqueles supostos supervisores que tenham um “S” no peito!
Concluindo:
Esse exemplo nos traz para reflexão, o aspecto de quanto é rara a vez, que se deve em supervisão, voltar o olhar para o caso clínico. Como tentamos demonstrar nesse artigo, via de regra, deve-se voltar o olhar para a escuta do psicanalista/supervisionando. Não é tarefa da psicanálise colocar em fôrmas, padronizar atendimento, e sabemos o custo alto que isso sempre trouxe para ela. Mesmo assim, seu formulador, Freud, jamais abriu uma possibilidade sequer de negociar adaptações possíveis para que coubesse no modelo científico onde se buscam os padrões da repetição do fenômeno. Ao escolher a postura da supervisão, tanto o supervisionando como o supervisor, deverão se dar conta de que esta questão estará presente desde sempre, qual seja, a de se perguntar sobre qual das psicanálises sustentará sua leitura e prática clínica.
Pensamos que o que Freud disse a respeito da psicanálise e a definição da natureza sexual da libido, poderá ser emprestado aqui, para mostrar que sua disposição frente aos achados psicanalíticos nunca foi o de negociar, transigir, adaptar, reduzir impacto.
“Eu poderia ter procedido assim desde o começo e me teria poupado muita oposição. Mas não quis fazê-lo, porque me apraz evitar fazer concessões à pusilanimidade. Nunca se pode dizer até onde esse caminho nos levará; cede-se primeiro em palavras e depois, pouco a pouco, em substância também”(7)
Sabemos então que a supervisão é antes de tudo, ou deveria ser, um dispositivo da formação de um psicanalista, embora adquira muitas vezes, aspectos e características de dispositivos de controle institucional.
Tanto quanto na trajetória de uma análise, a supervisão nada terá de elemento pronto, formatado, delimitado, ela atuará como todo o restante do ofício psicanalítico, como escuta e pergunta, como uma ferramenta de pesquisa e investigação, e ao fazer dessa maneira, ensinará mais que mil manuais de procedimentos técnicos.
*Pontos Cegos(ou nós cegos)- material inconsciente do analista, geralmente ainda não acessado em seu processo de análise que o impede de lidar com afetos de seus analisando que se originem em núcleos que o atravessem de alguma maneira:
“o paciente comparece e fala, mas está ausente de sua fala, e o analista, conjuntamente, fica ausente de sua escuta”. (NASIO)(A)
** Ou mesmo psicoterapeutas da clínica individual
Bibliografia:
1 – Vocabulário da Psicanálise – J.Laplanche e J.-B. Pontalis
2 – Correspondência S. Freud e Sándor Ferenczi – Tomos I e II
3 – Perspectivas futuras da terapêutica psicanalítica – S. Freud [1910] – Imago-Edição Standard das Obras completas, v. XI
4 – Recordar, repetir e elaborar – S. Freud [1914] – Imago-.Obras completas, v.XII
5 -Um saber que não se sabe: a experiência analítica – Maud Mannoni
6 – Psicoterapia Del Grupo – Leon Grinberg, Marie Langer, Emílio Rodrigué
7 – “Psicologia dos Grupos e Análise do Ego” – S. Freud, Obras Completas – vol XVIII
Links Consultados:
A – Sobre o ponto cego de cada um – Raymundo de Lima http://www.espacoacademico.com.br/001/01ray.htm
B -A clínica da psicose e os novos serviços de saúde mental – Eri Nicacio
http://www.estadosgerais.org/encontro/a_clinica_da_psicose.shtml
C – O Lugar da Supervisão na Formação do Analista – Thais Christofe Garrafa
http://www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/o_lugar_da_supervisao_2004.htm
D -Psicanalítica – A revista da SPRJ, v. VI, n. 1
http://www.dynamicx.com.br/fotos/sprj/psicanalitica2005.pdf
E -Efeitos na clínica dos ideais instituídos – Silvia Leonor Alonso
http://www2.uol.com.br/percurso/main/pcs03/SilviaEfeitos.htm