A primeira e uma das mais comuns manipulações do corpo que se oberva em crianças muito pequenas. Em algumas crianças, observa-se desde o nascimento, para continuar ao longo da infância, quando se torna um hábito indesejável e passa a ser classificado como traço neurótico. Durante os primeiros meses de vida, chupar o dedo é uma característica fisiológica e comum, mas não universal, do bebê. Com o declínio da fase de reação mão-à-boca, que se verifica por volta dos doze meses de idade, segundo A. Gesell, o hábito cessa. Mesmo depois dos doze meses e até os três para quatro anos de idade (dois anos, de acordo com L. Kanner), é considerado normal quando reaparece antes de um cochilo, antes de dormir ou em momentos de fadiga ou estresse emocional. Chupar o dedo é acompanhado por movimentos e posições da mão livre, assim como dos restantes dedos da mão cujo polegar está sendo chupado, o que é característico e constante para cada criança: são os chamados movimentos acessórios. Segundo Levy, que realizou um estudo anamnésico e experimental do problema, chupar o dedo ocorre nas crianças com movimentos labiais insuficientes ou desenvolvimento incompleto da fase de sucção alimentar, seja por amamentação ou por outro tipo de alimentação.
A escola psicanalítica considera chupar o dedo uma gratificação auto-erótica, como expressão de anseios sexuais infantis, sendo a zona erógena oral, neste caso, o nível de estimulação e gratificação.