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Malogro de uma ontologia em Jaspers

Para Jaspers: Malogro de uma ontologia – o pensamento jamais descobre o englobante do ser. Este apenas desponta no insucesso dos limites. Pode dizer-se que a filosofia de Jaspers é uma tentativa que visa a tornar explícito aquilo que nos cientifica do ser e da nossa relação com o ser: o malogro de uma ontologia. O sujeito se acha, portanto, empenhado, não na descoberta de um mundo unificável cuja totalidade seria o esperado, mas na de perspectivas descontínuas, irremediavelmente inacabadas e múltiplas. Como compreender, a partir daí, o que ele mesmo é e onde está em relação a um mundo assim fracionado? Em certo sentido, ele se encontra situado em qualquer parte do mundo que perscruta, pode fazer de si mesmo, do seu corpo e da sua consciência, objeto de estudo, conforme esta ou aquela perspectiva adotada em sua sondagem. A data do seu nascimento faz parte da cronologia geral da humanidade, da terra, do universo; o seu corpo ocupa um lugar do espaço comum, está composto de matérias químicas, tem peso como todos os demais corpos; a sua consciência obedece às condições psico e sociológicas gerais. Mas, em outro sentido, é em referência a ele como sujeito que se articulam e estruturam as múltiplas perspectivas do mundo. É o ponto de onde ele observa e o momento em que pensa que conferem às perspectivas aquela coerência, graças à qual a palavra mundo tem um sentido.

Assim, as leis gerais que o sujeito consolidou, orientando-se através das múltiplas perspectivas descontínuas do mundo, e a que, como particular, se acha também subordinado, se unem nele, visto ser ele que as pensa e conhece. Mas, enquanto as pensa e conhece, ele deixa de ser um caso particular dessas leis gerais. Em contraste como o abstrato da lei, ele é o cada vez único (das jeweils Einzige).

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