Portanto, nestes dias, as correntes do existencialismo estão deslocadas e o seu contexto não se repete. Conseqüentemente o estudioso que se inicia no existencialismo poderá não compreender inteiramente seus objetivos e descaracterizá-lo, situando-o como uma escola pós-moderna relativista e indutora de irracionalismos das mais variadas faces.
O existencialismo é uma postura intelectual de crítica ao racionalismo radical e não um programa de justificativa da pós-modernidade. Se há sobreposição de existencialismo e pós-modernidade, aquele se torna desconfigurado e as conseqüências clínicas serão interferências ateleóticas – sem finalidade – que podem induzir aos graves problemas de alianças perversas entre analista e analisando.
Por outro lado, as psicoterapias sinteto-existenciais não são relatos inteiramente racionalizados, ou seja, não são descrições racionais exclusivas e a interferência do psiclínico transita pelo discurso racional.
Concluímos, portanto, que quando o existencialismo está descontextualizado existe o perigo real de ser descaracterizado levando a um irracionalismo extremado de condutas não-operativas clinicamente, ou a um racionalismo infrutífero, pois pernicioso.